quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arquitetura, viagem e o tempo

Caetano Veloso cantou sobre o tempo:
"És um senhor tão bonito, quanto a cara do meu filho. Tempo tempo tempo tempo, vou te fazer um pedido, compositor de destinos, tambor de todos os rítmos. Entro num acordo contigo: por seres tão inventivo, e pareceres contínuo, és um dos deuses mais lindos. Tempo tempo tempo tempo, que sejas ainda mais vivo, no som do meu estribilho. Ouve bem o que te digo, peço-te o prazer legítimo, e o movimento preciso. Quando o tempo for propício, de modo que o meu espírito ganhe um brilho definido e eu espalhe benefícios. O que usaremos prá isso fica guardado em sigilo apenas contigo e comigo. E quando eu tiver saído, para fora do teu círculo, tempo tempo tempo tempo, não serei nem terás sido. Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos num outro nível de vínculo. Portanto peço-te aquilo, e te ofereço elogios nas rimas do meu estilo, tempo tempo tempo tempo..."
- Oração ao Tempo - 


Logo que eu cheguei aqui uma amiga do Brasil me perguntou como eu estava sentindo a passagem do tempo: rápido, devagar. Não consegui responder, mas achei a questão mais interessante do que as tradicionais perguntas sobre o fuso horário ou sobre a diferença de temperatura. Agora, que o tal tempo de alguma forma se assentou, acho que consigo ter alguma idéia formada a respeito, ainda que disforme. 
Ainda não fez um mês que chegamos, mas o começo das aulas deu uma sacudida boa na rotina: levei um susto ao perceber que sim, a vida de turista/férias/não sei definir está para acabar! A rotina vai de vez ser implantada, com carteiras, professores, leituras e desenhos, e o autocad vai voltar a fazer parte da minha vida. Não sei porque isso me pareceu tão estranho, como se esse cotidiano pertencesse à um universo paralelo que eu deixei lá do outro lado do oceano. Bom, acho q contribiu o fato de eu ter tido as férias de meio de ano mais longas de todos os tempos: de julho a setembro, foram dois meses e meio de preparações, burocracias, malas, ansiedade, estágio, férias, animação, aviões, apartamentos, línguas e pessoas muito diferentes. 
Ainda que a vida "real" - odeio esse termo com todas as forças - se estabeleça, espero que ela venha com calma, ritmada, e me conforto ao pensar que por mais brasileira a rotina de estudante seja, sempre vou ter o espanhol, as viagens, a qualidade do ensino e todo o resto, pra me lembrar que estou cá longe.
Además de eso (é, tá dificil pensar o tempo todo em portugês,  o español se entranha cada vez mais) o tempo se manifesta das mais diversas formas, como nas perguntas comuns que me fazem, e acabam inevitavelmente mexendo com o nosso dia-adia. O frio chega à Sevilla e assusta à nós brasileiros, que colocamos lenços à noite e ganhamos risadas dos belgas acostumados ao inverno de verdade. O fuso pra mim não fez diferença na rotina, mas faz na hora de matar as saudades: os cariocas entram no msn quando aqui é alta madrugada, e quando e estou com tempo livre, estão todos trabalhando. Assim a distância aumenta e a saudade aperta. Galera, vamos baixar o skype, por favor?! Brigada.

Um das considerações sobre o tempo mais interessantes que ouvi, nesses dias, veio é claro de uma aula: Composición - interpretación de la arquitectura contemporánea, e um discurso muito intenso sobre a relação da passagem do tempo, da cultura e da interpretação, ou seja, leitura, dos edifícios, do cenário que está por toda a parte. Dá vontade de ir à aula, não dá?! Dá medo também. Bom, de qualquer forma ainda estou escolhendo as matérias e vendo o que de fato vou estudar. Aguardo e verei, acho, e quando souber, conto aqui.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vamos a la playa!

Cádiz, na Costa da Luz, sul da España praia oceânicas.
 Imagem de: www.
canales.opinionmalaga.com
Quem tem boca vai à Roma, certo?! À Cádiz também! O plano, feito em cima da hora, parecia bom: acordar no sábado às 7 hrs da madrugada, correr pra algum terminal de ônibus em Sevilla e chegar na praia antes do almoço pra encontrar os brasileiros. Parecia bom, han?! O único problema é que sexta foi aniversário do meu compi de piso e, é claro, perdi a hora. Acordei no susto às nove e saí perguntando por aí como se chegava na praia. Rapidinho descobri que não era o terminal mais perto de mim ( o da Plaza de Armas) e sim o do Prado de San Sebastian. Tinha vaga! 9 euros e 1 h e meia de viagem depois, consegui chegar 12:30h no meu habitat natural: la playa!
Cádiz é uma cidade pequena bem no sul da Andaluzía, cercada pelo litoral, mas praia mesmo, para "bañarse," não são muitas, visto que o porto ocupa boa parte do litoral. Vou ficar devendo mais fotos, já que fiquei com preguiça de pegar a minha máquina e agora tenho que correr atrás das fotos dos brasileiros que conheci. Além do que, me irrita quando muita gente tem máquina e você tem que ficar posando pra mesma foto porque cada um quer ter a sua, então eu meio que desisto e procuro pegar com quem já tenha depois. Também recebi a sugestão de fazer um Flickr, pra armazenar, fazer backup e também divulgar mais fotos, já que aqui no blog não dá pra colocar muita coisa e nem todo mundo tem orkut ou facebook (por incrível que pareça), então assim que resolver isso aviso!

Voltando ao final de semana ensolarado, foi muito bom poder aproveitar a praia nesse último final de semana de férias (sim, as aulas começam hoje!) porque o verão está acabando e mesmo em Sevilla já sentimos que a temperatura baixou um pouquinho. A Andaluzia tem muitas praias legais, mas Cádiz tem sido o destino preferido dos Erasmus sevillanos. Mesmo assim, depois de passar o aniversário do alemão rodeada de belgas, italianos, alemães e etc, eu já estava era com falta de falar português (Luana foi pra Faro no final da semana), e foi muito legal conhecer os brasileiros. Éramos duas cariocas (eu e Vanesa, a outra brasileira que veio com a gente da UFF), duas gaúchas e três cearenses e eu estou começando a me surpreender com a quantidade de brasileiros que vieram pra Sevilla. 
O sol estava forte e todo mundo conseguiu o bronzeado que queria, eu que abusei e fiquei vermelha! 
Na falta das minhas próprias fotos, por hora fico com as
do google mesmo. A mesquita de Cádiz lá no
 fundo destacando-se na paisagem.
A cidade em si lembra muito Sevilla, com as ruas estreitas e os prediozinhos coloridos, e é a cidade mais antiga da Europa!!  Pernoitamos num albergue e no domingo arriscamos um tour de graça que ofereciam.. valeu pelas risadas! O tal guia falava um inglês mal e porcamente e era metido a engraçadinho, mas até que deu pra aprender que a base da culinária de Cádiz é o tubarão, o atum e um tal marisco e que um filme do 007 com a Hally Berry foi gravado em uma das praias de lá (e diz ele que foi figurante, e morreu quatro vezes! haha). 
A mesquita de Cádiz é muito impressionante, e talvez uma das igrejas mais bonitas que eu já vi (pelo visto bem no sul da espanha quase toda igreja católica foi um dia uma mesquita). 
Era absolutamente enorme, e por dentro era toda trabalhada em pedra branca, parecendo mais um salão de festas muito pomposo do que uma igreja em si, e muito bonito. Ah, andando pelas ruas da cidade o que vimos? um casamento! (quais são as chances?!) A noiva tinha mechas roxas no cabelo, o bouquet tinha flores roxas e quando a vimos saindo da igreja, ela estava fumando! Mas é sempre muito engraçado ver o figurino que as españolas usam nessas festas. 
O andaluz falado em Cádiz é ainda mais indecifrável que o de Sevilla, as consoantes praticamente não são pronunciadas e todo fala torna-se quase um canto, mas pedir qualquer informação é bem torturante. 
Foi legal descobrir que a cidade tem outros pontos turísticos além das praias, mas foi muito bom pegar um solzinho, mergulhar no mar gelado e descansar bastante. 
Por vim voltamos, de energias renovadas!

As aulas começam hoje, pra quem já estava preocupado achando que eu tinha ignorado elas! (A pergunta que eu mais recebo é: "as aulas já começaram?")  Assim que der faço um post sobre a Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Sevilla. 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Com que roupa eu vou?" - Moda em Sevilla!

A Mango (MNG) também está em
 todos os lugares
Confesso que achei meio frustante, ao chegar, perceber como os ocidentais se vestem e-xa-ta-men-te igual. Ares da globalização, creio, que deixa o mundo industrializado um tanto quando padronizado. Mas ok, passado o choque inicial, e abrindo meu olhos para ver os detalhes, comecei a notar as sutilezas do modo de vestir e de comprar roupas dos europeus, e fica mais próxima desse traço tão importante da cultura! Sevilla tem uma área no centro do centro onde concentram-se (!) as principais lojas. São ruas de pedestres, muito agradáveis, que em dias dias muito quentes são cobertas por toldos semi-transparentes, além de volta e meia algum musica dar o ar da graça, seja pra tocar musica clássica ou o lindo flamenco.  
No meu apartamento mora um belga que tem uma namorada shopaholic (seria assim?! viciada em compras hahah) e ela fez um tour comigo e com Luana pra gente saber o que comprar e aonde. H&M, Zara, Bershka, C&A (pois é!) e Mango estão por todo canto. O namorado dela estuda engenharia de produção e deu uma explicação bem interessante sobre como eles conseguem fazer as roupas ficarem tão baratas e com qualidade (tem a ver com o modo de produção e distribuição) mas foi uma amiga minha do Rio que estuda publicidade e marketing que me fez entender bem a coisa: pra gente, se a loja vende muita roupa, igual, sem vendedor, é loja de pobre. C&A, Leader, Renner e companhia podem contratar os famosos que quiserem que continuarão a ser lojas de departamento, e por isso sob certos aspectos desvalorizadas. É por isso que a Zara, que aqui é uma loja super comum, no Rio é mais chiquezinha. 
A Ousho vendo uns pijamas muito fofos com temas de
desenhos, como Hello Kitty e Mafalda
Os europeus tem uma outra relação com o consumo, e bom, aqui essas lojas "de departamento", ou seja, sem vendedor enchendo o saco, com preços bem mais acessíveis e com roupas muito bonitas, são tão valorizadas quanto qualquer loja.
Curiosidade: eu leio H&M como "eigh and eemm", certo?! A sofie, nossa amiga belga, fala "raash an em" haha. deu pra entender?!
Aí nesse dia a gente ficou notando que roupas seriam mais européias.. e no geral tem a ver com o clima: muitos lenços e estampas florais, boinas, chapéus e leques, sobretudos. Por mais que as peças sejam bem semelhantes às que vemos no Brasil, tem muita coisa que tem um toque especial que dá pra dizer na hora: "isso é bem europeu!"
De mais diferente mesmo que eu vi na moda de rua aqui em Sevilla foi um penteado  "a la" Amy Winehouse, com um volume enorme no topo da cabeça, ou mesmo quando é pra prender o cabelo em coque, ele fica bem em cima, mais pra testa que pro pescoço. (Sim, é bem engraçado, as eu não consegui tirar foto!). As sevillanas são vaidosas e não raro vi mulheres andando com várias peças combinando, ou com vários acessórios.
Como a cidade anda cheia de turistas, é comum ver coisas bem variadas, desde as mais piruas até os coloridos lenços das muçulmanas com suas roupas compridas e pretas.
Com relação aos preços, também deixa as compras cariocas no chinelo: pode-se encontrar vestidos bonitos por 25 euros nessas lojas mais comuns, ficando um pouco mais caros na Mango e tal, mas mesmo assim ainda achei tudo muito mais barato que no Rio. Ainda não comprei nenhuma roupa, estou controlando a verba porque o primeiro mês é quando gastamos mais, mas tive que comprar um óculos escuros, porque o meu estava trash e não consigo andar nas ruas de lente sem óculos sob o sol de sevilla.. então fui na Zara e comprei um lindo por dez euros. 


Roupas de inverno pra crianças!


Enfim, a pedidos da minha linda amiga Cissa, nesse post vão algumas fotos que tirei de umas vitrines. Quando chegamos as estampas florais e leves estavam em toda parte, mas o outono já chegou e os casacos mais pesados já começaram a aparecer e avisar que o inverno, mesmo em Sevilla, vai chegar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Curiosidades - parte 2

Detalhe da arquitetura árabe
Mais algumas curiosidades que andei pescando por aí:
1. Tudo bem que o meu espanhol não é o melhor do mundo, mas estou surpresa com a quantidade de estudantes que vem pra cá sem falar uma palavra de espanhol! Ainda bem que na maioria dos casos o inglês salva..
2. Os horários aqui não são escritos com dois pontos, como 12:30h, e sim com vírgula! Dá pra confundir e pensar que é dinheiro: 12,30h.
3. Os ônibus aqui são ecológicos: são movidos com Gás Natural Comprimido.
4. O supermercados também o são(!): cobram pela sacola plástica. É bem pouquinho, mas vale a iniciativa.
5. As portas de alguns estabelecimentos aqui abrem pra fora, pena que eu só fui descobrir isso depois de ficar uns 5 minutos em frente a um banco empurrando a porta até que um senhor me ensinou como se abrir: puxando. ¬¬ Vontade de abrir um buraco no chão e enfiar a cabeça?!
6. O nome das ruas aqui não são escritos em placas nas esquinas, mas nas próprias edificações, e cada letra é azul ocupa um azulejo branco, fica bem bonito, mas se o nome da rua é grande ocupa bastante espaço.             7. Sabe quando a gente cumprimenta uma pessoa e dá dois beijinhos nas bochechas? Começamos pelo lado direito, certo?! Errado. Conheci vários estudantes que cumprimentam assim começando pelo lado esquerdo.                  8. Outro dia fui visitar o Archivo General de Índias e ao assistir um vídeo sobre sua história descobri que nele está guardado o original TRATADO DE TORDESILHAS! Vou ver se consego vê-lo.
9. O mais estranho pra mim do andalúz (o espanhol falado na Andalucía) não é o corte que fazem no fim das palavras, e sim o modo de falar o som de "c" com a língua entre os dentes, semelhante ao "th" do inlgês.
10. Não é irritante quando compramos algo que custa 1,99 reais e na verdade pagamos 2, porque não há troco?! Aqui isso não acontece. A menor nota é de 5 euros, e as moedas são amplamente utilizadas, 50, 20, 10, 5, 2 e até mesmo 1 euro aparece muito no meu porta-moedas.

11. As inscrições na faculdade tem um prazo bem razoável para serem feitas, e que se estende além do começo das aulas: o objetivo é que você assista algumas aulas aulas distintas com professores distintos pra ver qual você gosta mais. Na arquitetura e na belas artes há certas limitações pra isso, porque se na aula utiliza-se prancheta ou cavalete o número de vagas é limitado e aí é igual à UFF, tem que correr pra garantir sua vaga.


As curiosidades mais interessantes têm sido na verdade acerca da impressão que os europeus tem do Brasil. Mais de uma vez me perguntaram se eu não falava espanhol (como língua mãe) e se eu dançava samba. Ao falar que sou do Rio, uma polonesa me perguntou se eu morava perto de alguma favela. Um francês me disse que o Brasil está muito na moda e ficou me perguntando como era o governo do Lula. Uma menina alemã me disse que as brasileiras são consideradas muito bonitas, (e quando eu achei que ela ia falar das mulatas e tal) vê-se pela quantidade de modelos brasileiras de sucesso, como a Gisele Bundchen, que bem.. é de origem alemã.
No geral tem sido bem curioso ser a única brasileira (e sul-americana) em algumas rodas de conversas e perceber a curiosidade que eles têm sobre um país assim são "exótico"!
Dá-lhe erasmus!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Bienvenidos, Erasmus!


Hoje teve a reunião de boas vindas aos estudantes Erasmus. Esse é programa de intercâmbio acadêmico da Europa, e, como eu sou do Brasil, na verdade o meu intercâmbio fica sendo como "Acuerdo Bilateral" mesmo, mas como o Erasmus é um programa bem popular, a gente acaba se chamando assim também.
Bom, depois de atravessar o Rio Guadalquivir e conhecer a parte nova (e, diga-se de passagem, bem esquisita) de Sevilla, encontramos o prédio da Escola de engenharia, grande, pomposo e vermelho, onde ficava o auditório grande o sufuciente pra caber os 2 mil alunos (!) estranjeiros na Univerdade de Sevilla.
O hall estava divertidíssimo, parecia primeiro dia de faculdade, sabe como?! Início do trote?! Um monte de estudantes, com as caras mais variadas (e, nesse caso, pôe variadas nisso!), com as roupas mais diversas e falando todas as linguas do mundo. Luana e eu estamos com o desconfiômetro brasileiro afiado, e ficamos tentando identificar as caras de longe, mas tinha um garoto que fez questão de denunciar-se: estava com uma camisa verde bandeira e um boné amarelo. Pois é.
O evento começou bem, com um monte de gente importante dizendo que era muito importante pra Universidade de Sevilla receber alunos de fora, e dizendo que agora somos parte dela e tal, mas no final ficou bem chato, com alguém explicando o processo burocrático de matrícula. O que salvou foi essa pessoa terminando sua fala dizendo como os sevillanos sabem aproveitar a vida! Pronto, acordou no susto todos os erasmus que estavam quase dormindo (eu inclusive). Disse que não importa o dia da semana, os bares ficam cheios de gente até tipo 1 da manhã, e que nem por isso eles deixam de trabalhar ou de cumprir com suas obrigações. E nós brasileiros achando que sabíamos o que era bom! 
Na saída ainda conhecemos alguns brasileiros, uma francesa muito simpática e uma italiana que nunca tinha estudado espanhol. Haja coragem!
Depois de passar muitos dias organizando a vida e turistando, confesso pra todos que me perguntaram se eu tinha esquecido da universidade que fiquei animada pra que as aulas comecem logo, para conhecer mais gente e entrar no clima Erasmus!

domingo, 19 de setembro de 2010

Curiosidades

 
Sevilla 40ºC

Hoje faz dez dias que cheguei em Sevilla e tenho feito várias anotações mentais sobre curiosidades aleatórias.. aí vai:
1. O verão de Sevilla é bem quente, com a máxima passando dos quarenta graus!
2. Sabe aquela musica "Macarena"? Foi feita aqui! La Macarena é um bairro de Sevilla
3. Aqui eles usam moedas de 1 centavo!!!! Fiquei muito surpresa ao receber trocos de valores como 1,99..
4. Os chineses também invadiram Sevilla. Têm mercadinhos dos "chinos" por todo canto, vendendo todo tipo de treco muito baratinho..
5. Em certos pontos o custo de vida tem nos surpreendido em como é barato, principalmente em relação a algumas comidas que no Brasil são caras: podemos tomar café com queijo camembert, almoçar costela de porco ao mel com vinho tinto a 5 euros (ok, a porção é pequena), e lanchar presunto de parma e queijo de cabra! muito bom!
6. No español é raro o S ser pronunciado com o som de Z, então ninguém consegue falar meu nome direito. Já desisti, e me apresento agora como LuíSSa (esse seria o som) ¬¬
7. Com o final do verão, a Bienal de Flamenco e a beleza da cidade, os turistas invadiram! Adoro andar na rua e ver mulheres de roupas compridas e pretas, com lenços coloridos e bolsa Adidas!!! 
8. Andando pelas ruas, vimos vários casamentos pelas igrejas que passávamos, e vimos que é moda usar arranjos enormes e coloridos nas cabeças! 
9. Nas ruas do centro é comum ver músicos tocando lindamente, seja flamenco ou outros tipos de música, e me lembrei fortemente de ouvir tango nas ruas de Buenos Aires...
10. Nosso apartamento tem a melhor TV de todos os que vimos, mas desde que nos mudamos nunca a vimos ligada.



















sábado, 18 de setembro de 2010

Lar, doce lar


Compis de piso: Fabian (Alemanha), Sofie (Bélgica),
Luísa, Luana e Pieterjan (Bélgica)

Demos mesmo foi muita sorte com esse apartamento. Olhamos bem uns 7, e esse reunia quase que tudo que queríamos: 2 quartos livres pra gente poder ficar junto, mais outras duas pessoas, e de preferência de lugares bem diferentes! Além disso a sala, cozinha e banheiro são bem espaçosos, e ainda temos lavabo e varandinha!
Os roommates são também muito legais, e nesses dias de convivência aprendemos muita coisa sobre a Bélgica e a Alemanha, e rimos muito com os belgas rindo do sotaque do Fabian. Eles todos tem um humor negro, meio sarcástico, que é muito engraçado. Parece que é meio assim: Bruxelas é a capital da União Européia, e a Bélgica é um país realmente muito pequeno, mas eles tem um imenso orgulho de lá e fica sacaneando os franceses e os alemãs falando inglês com sotaque (eles falam inglês muito bem!)
A Sofie é namorada do Pieterjan e vai ficar aqui por umas duas semanas, e é um doce de pessoa! Também dizemos que ela foi um bônus desse apartamento (hahaha), que é alegre e espontânea e faz tds nós convivermos mais harmoniosamente ;D
O apartamento quase não podia ser melhor: cada um tem seu quarto, o banheiro é grandinho, a cozinha e a sala também são espaçosas, e a varandinha rende uns agradáveis desayunos! Dela dá pra ver o começo da Alameda, aquela praça enorme que é um dos lugares que eu mais gostei daqui. Essa foto aí do lado é da nossa sala: na porta e janela tem um tipo de cortina que no Brasil se usa pra fechar portas de estabelecimentos comerciais, mas aqui é bem útil pra bloquear o calor durante a tarde, na siesta, e, se abrimos as frestas entram esses pontinhos luminosos e dá um efeito bem legal!
A próxima foto é da cozinha e bom, depois eu coloco mais. Sobre os apartamentos que vimos por aqui, alguns tinham uma planta não muito funcional, com quartos abrindo direto pra sala ou banheiros muito distantes de algum quarto; e também alguns era tão pequenos e com janelas tão ruins que me pareceram antigos quartos de empregadas que os donos oferecem aos estudantes. 
Vimos muitas dessas janelas voltadas para prismas, o que eu acho bem ruim, mas afinal essa é a única coisa que não gosto no nosso "piso" (apartamento), a minha janela volta-se para um prisma, que é como um pátio interno do andar debaixo, e o corredor tem duas janelas também voltadas para esse prisma, então do corredor vê-se meu quarto, se tudo estiver aberto. Área de serviço eu não vi em nenhum, no nosso há uma máquina de lavar embaixo da bancada da pia. Achei muito legal todos os apartamentos serem não só mobiliados, mas também terem utensílios domésticos, como pratos, copos, e panelas e talheres. Os móveis dos quartos são padronizados, todos iguais não só no nosso piso, mas em tds os que visitamos! 
A senhora que aluga o nosso apartamento foi bem legal, e fez questão que estivesse tudo funcionando perfeitamente pra gente, e também comprou esses dias o ar condicionado para a sala.
Tchau calor! \o/

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A companhia faz toda a diferença

Luana e Luísa em uma ponte na Plaza de España
Esse post é em homenagem à Luana! Quando a gente se propôs a fazer esse intercâmbio, pensamos em fazer sozinha, porque uma não sabia que a outra vinha, mas assim que descobrimos combinamos de vir juntas*, procurar apartamentos juntas e etc. Eu já imaginava que seria bom vir com uma amiga, embora estivesse disposta a encarar tudo sozinha, mas eu realmente não tinha idéia de como faz diferença! Acho que foi um acaso o fato da gente ainda não ter conhecido muitos brasileiros por aqui, então é muito bom ter alguém por perto pra poder falar português, não só pela língua em si, mas por haver uma facilidade muito maior de comunicação! Por mais fluente que nós duas sejamos em inglês, é diferente a forma como a gente se expressa entre a gente mesmo. Além disso, ela é uma pessoa, que, como eu, gosta de conversar e é muito observadora, então aquele sentimento de solidão famoso que bate nas pessoas que deixam os amigos e parentes longe, passou bem longe de mim!!! Companheirismo, acho que é essa a palavra, mais do que amizade, porque a gente nem era muito próxima antes de vir, mas, agora que estamos no mesmo barco, fica meio implícito esse acordo de convivência, de respeitar o espaço do próximo e ao mesmo tempo saber que tem alguém com quem contar.


A chegada em Sevilla foi bem legal: nós viajamos separadas e ela chegou um dia antes que eu, e nesse dia já começou a conhecer a cidade, então quando eu cheguei a cena foi a seguinte: 25 horas, 4 aeroportos e 1 mala enorme depois, entrei eu no hostel, e qual a minha surpresa ao ver, entre europeus variados, a pequena luana sentada com seu notebook, no lounge do albergue, e ao me ver ela veio correndo e disse"Sevilla é muuito linda!!!!!" Ela estava absolutamente encantada com a cidade, mas o bom mesmo ver um rosto conhecido depois de tanto tempo! Foi a certeza de que teria aquela pessoa com quem compartilhar todas as primeiras, segundas e demais impressões de tudo e de todos.


Passamos vários dias penegrinando sob o sol quente do mediterrâneo (#drama) e visitando vários apartamentos, e foi bem difícil mesmo encontrar um que agradasse äs duas! Graças a Deus achamos um muito bom, com ótimos compañeros de piso, e o próximo post eu conto mais sobre o ape e seus moradores.


Ah, ainda tem a parte das terefas de casa, que que me conhece sabe que na minha casa eu só passava perto da cozinha pra comer.. então aqui estou virando aprendiz de dona-de-casa, e modéstia a parte, a Luana falou que eu estou me saindo super bem! ;DD


Enfim, valeu lulu! 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Pensar es gratis" - Chegamos em Sevilha!



banco na praça onde está escrito "pensar es gratis"!! 
Chegamos! Hoje faz uma semana que chegamos em Sevilla e finalmente consegui arrumar um tempinho pra criar esse blog, pra contar um pouco dessa experiência de fazer intercâmbio, morar em outro país.. etc. Ainda to me acostumando como isso funciona, mas a idéia era poder falar sobre o dia-a-dia por aqui, os lugares, as pessoas. 
Ah,  o nome é por conta do livro "Trem Noturno para Lisboa" que sobretudo fala de uma viagem, e eu sempre lembro dos "insights" filosóficos do livro por aqui.. =) 
Bom, essa foto é na praça Alameda de Hércules, que é enorme e cercada por bares e muito bonita, e nós conseguimos um apartamento bem pertinho dela!
Nessa primeira semana ficamos num hostel e passamos alguns dias procurando apartamento, andando mais pelo que eles chamam de casco histórico.. outro dia fomos no bar mais antigo, q é de 1670!
É muito lindo e diferente das cidades que eu conheço no Brasil. Além disso, A influência árabe está estampada em todo lugar.. Meu pai costumava dizer que td cidade é igual, tem ruas e prédios, e postes e carros e etc, é até existe um pouco essa impressão, mas no geral é td muito diferente! O que eu mais gostei foi ver que a cidade no geral não tem o tom acinzentado das grandes cidades como o rio ou São Paulo, é tudo muito alaranjado.. Desde algumas pavimentações até o topo das construções, tudo tem tons terrosos, pêssego/salmão/tijolo/amarelado. O sol forte colabora, eu acho.. mas mesmo a noite a iluminação é amarelada então fica td mt bonito!

Muita coisa aconteceu em muito pouco tempo, mas aos poucos eu vou colocando aqui as primeiras impressões!