domingo, 19 de dezembro de 2010

DIA 100!

Dia 100!!!! É com essa foto outonal que eu escrevo pra comemorar os cem dias que passei em Sevilla. Cem dias,  três meses, um de passeio, dois de faculdade. Não, eu nem gosto de números.. 
Um piso, alguns países, muitos amigos. Olhando pra trás, tanta coisa já aconteceu!! Às vezes me perco nos pensamentos em quando cheguei, as coisas que aconteceram, as pessoas que vi, os lugares por onde andei. Tanta coisa já mudou!!! Quando penso na proximidade do Natal e do fim do ano fico com a impressão de que metade da minha jornada aqui já se foi, mas na verdade ainda tô no meio da primeira metade! Eita! A mudança da paisagem acompanha o passar dos dias, e é impossível não notar as árvores ficando mais secas e sem folhas, ou então com lindos tons terrosos e rosas outonais.. confesso que sempre tive um desejo de conhecer a passagem das estações. 
O final do ano pra mim sempre teve um gostinho especial. Gosto de ver a cidade se iluminando pro Natal, a reunião em que trocamos presentes, a semana de espera pra noite da virada. Ai que delícia! Eu, que faço aniversário em agosto, costumo dizer que o ano pra mim tem dois ciclos: passo a primeira metade do ano esperando meu aniversário, e a segunda esperando as festas de fim de ano! Ha-ha. Não é brincadeira. 
Esse ano o natal vai ser diferente, mas igual: longe da família que eu amo tanto, com a qual não fico dois dias sem falar (sim, eu sou uma skype fan!) mas com comilança, presentes e amigos queridos. É, nesse pouco tempo que passou já deu pra fazer amigos especiais, e que vão fazer muita falta quando forem embora. Aqui embaixo vai um foto de alguns deles (não todos) que tem feito parte dos meus dias em nessa cidade colorida: os cearenses queridos, que me encantam sempre com seu sotaque gostoso, a loira láa do sul e minha companheira de piso. Mistura de sotaques, personalidades e cultura. Só pode sair coisa boa disso!


Nesse dia descobri por acaso uma tradição muito legal dos estudantes espanhóis: uns quinze dias antes do reveillón, junta-se toda a gente na praça e faz-se de conta que chegou a "noche vieja", o dia de celebrar a passagem do ano. Surgiu em Salamanca, cidade universitária mór da Espanha, com estudantes que iam voltar pras suas cidades pro fim ano mas que mesmo assim queriam celebrar com os amigos. Legal né!


Nessa semana entro de "férias", na verdade é o recesso de natal, que se prolonga até a primeira semana de janeiro. Cheiro de viagens e mudança no ar. To animada!
Beijos a todos!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Um dia a areia branca, seus pés irão tocar.

Aos pés da Torre de Belém, Lisboa


Um dos pontos auges de Lisboa: ouvir o som do mar batento da areia... foi tão gostoso que eu não podia não deixar de registrado aqui. Próximo post prometo ser menos suscinta. 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Enfim no trem noturno pra Lisboa

‎"O viajante reconhece o pouco que é seu, descobrindo o muito que não teve nem terá".

 (As Cidades Invisíveis, Ítalo Calvino)


E foi assim, no centro de um mapa mundi gigante, mosaico africano embaixo do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal, que eu senti de frente nossa forte relação com esse país. Vê lá no mapa, uns quatro passos me fazem cruzar o atlântico e chegar nesse pedacinho da europa onde eu ouvi minha própria língua falada com muito charme. Mas confesso que talvez tenha sido mais pela degradação do que pela arquitetura em si que os cenários várias vezes me lembravam o Brasil (e pela primeira vez, considerando que as cidades que visitei até agora eram mais ricas..) e foi duro ver as semelhanças aumentando. O que salvou foi o bacalhau eos muitos doces absolutamente maravilhosos que comi por lá, e a hospitalidade pra lá de brasileira de um amigo mineiro! Valeu demais! :D
Ainda deu tempo de dar uma passadinha em Sintra, ver um castelo lindíssimo e pegar o esperado "trem noturno pra Lisboa" (nome de um livro que inspirou o nome desse blog" antes de voltar pra rotina sevilla,a faculdade e feijão, que cozinha enquanto escrevo.
Já me vou, não quero que queime.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ultimas notícias sevillanas

Ultimas notícias Sevillanas..
Por aqui anda tudo bem.. o tempo vai esfriando potencialmente, deixando os brasileiros morrendo de frio, e os belgas rindo da nossa cara. Ando atolada, como sempre. Cada vez com mais coisas pra estudar, mas também com as tarefas cotidianas, a dizer, comprar comida, cozinhar, fazer a marmita nossa de todo pro almoço na facul, limpar a casa, lavar a louça e a roupa, desclocarse de um lugar ao outro (eh, sevilla é pequena mas nem tanto!) planejar as viagens, etc. As vezes queria ter uma luísa só pra arquitetura e uma outra pra todo o resto. Enfine. A rotina se acomoda, mas segue cambiando, as festas pela semana não são mais tão frequentes, o encanto com as materias sim. Amanhã parto pra primeira viagem ao exterior - es decir, sin los padres né chicos! - e estou realmente empolgada. Espero ver neve em Londres. Essa semana preocupei-me com a correria de pseudo fim de semestre em dezembro e as viagens que estão por vir, vou ter que ser bem organizada pra conseguir entregar os trabalhos e focar nos estudos em meio ao universo erasmus. Enfine. O espanhol tá fluindo melhor, graças a deus. As aulas no instituto de idiomas são ótimas, a professora é engraçadíssima, e eu sinto cada vez menos cansaço mental ao ficar o dia inteiro na faculdade, embora ainda me enrole um pouco com os passados, o imperativo e por aí vai.

Novembro foi o mês família, estive com meus pais em Veneza, para a Bienal de Arquitetura, e depois eles vieram aqui em Sevilla me ver. Foi uma delícia, conheceram minha casa, meus amigos, a faculdade, a biblioteca, ah, a biblioteca. Papai se enfiou nos livros de matemática e mamãe catou um sobre paisagismo contemporâneo (que alias falava desde a primeira página sobre o Burle Marx - e sentou-se no meio dos alunos, deu uma bela foto que depois eu mando pra vcs. Mesmo com uma mãe relutante ao turismo convencional, e algumas aulas a ir, consegui mostrar um pouco do que Sevilla tem de melhor a eles, e posso dizer que apreciaram ;D O bom mesmo é que gostaram do meu piso, dos meus compis e dos meus amigos - os q eles conheceram - fizemos uma boa farra por aqui. Mamãe ficou satisfeitíssima de ir no supermercado me abastecer decentemente e da calefação do quarto do hotel - infelizmente pegaram raros dias chuvosos por aqui.

Eles se foram ontem e agora eu vou ser apresentada à saudade de verdade, afinal ainda não fiquei um mês direito sem ver pelo menos meu pai. Engraçado como eu sempre achei que fosse igual a minha mae, mas, com a distância e o curto tempo juntos, pude perceber claramente como sou igualziiinha ao meu pai. Curiosidade inútil, enfim. 

Até a volta de Londres e muitas novidades (espero!) ;DD

Besos!

sábado, 20 de novembro de 2010

Perguntas sem respostas de um turista com uma camera

Você viaja. Vê paisagens, luzes, cores, coisas que gostaria de guardar. De preferência com a sua própria imagem do lado, pra provar pra você mesmo que ao lado de tais coisas esteve quando no futuro ver tal foto. Infelizmente, o comprimento do seu próprio braço não permite tirar você mesmo as fotos incluindo as paisagens, logo você se vê obrigado a deslocar a terceiros essa missão. Dificil não se deparar com alguma das questões abaixo:
1. Qual é a dificuldade de alinhar qualquer linha vertical/horizontal da cena com a borda da foto?
2. Porque a pressão no botão tem que ser tão forte a ponto de mexer a camera inteira e consequentemente tirar o foco da maquina?
3. Considerando a universalidade das máquina e códigos visuais hoje em dia, qual a dificuldade da pessoa colocar flash quando ele está desligado?
4. Eu tenho pés, porque eles não podem ser incluidos na foto?
5. Estou ao lado do monumento mais lindo da cidade, o qual gastei tempo e dinheiro pra conhecer, custa incluí-lo na foto???????????
6. Sabe, fotos do meu lindo rosto eu já tenho( agora, do tal monumento lindo talvez nunca mais eu tenha!)
7. Queria ter uma máquina que pudesse tirar fotos no escuro sem parecer que pontos de luz são feixes (não, eu não tenho tripé!).
8. Porque quando eu quero tirar uma foto de algo de longe nunca cabe no enquadramento e tem sempre um obstáculo atrás impedindo que eu me afaste mais?
9. Porque quando eu quero fotografar um monumento histórico tem sempre uma penca de carros na frente?
Sem número dez. até a próxima. 
ps. a foto acima é do pavilhão da Espanha na Bienal de Arquitetura de Veneza (torta e embaçada).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Entremeios - dois meses em sevilla

Post aleatório, sem muito começo, meio nem fim, apenas para dizer que anteontem fez dois meses que eu cheguei em Sevilla, e eu gosto de marcadores temporais. Hoje é aniversário de duas amigas minhas (gêmeas) e eu passei a semana pensando nelas. É, acho que vai ser impossível passar essa temporada sevillana desligada da vidinha que ficou por lá, não importa a quantidade dos meses. Abri o e-mail esses dias e me deparei com mais uma idéia fofa das minhas amigas, com uma foto com uma mensagem tipo assim: "olha lu, a gente tava reunido vendo o jogo do botafogo e lembrou de você!". Não é uma bela idéia?! Falando com uma outra amiga, ela me disse estar surpresa em como eu dedico tempo ao Brasil. Facebook, email, blog.. as distâncias ficam mesmo muito estreitas. Mas quer coisa melhor, ligar o computador e receber uma mensagem de carinho dessas?! A foto vem assim, escura, espremida, espontânea. Pra mim tá muito é bom.  Viva a tela do computador, que substitui a tela da televisão, do rádio, o porta-retrato.
Em algumas horas parto pra Veneza, ver a Bienal de Arquitetura, o primeiro vôo Ryanair, a primeira cidade em italiano, encontrar mãe e pai, ô coisa boa.
Treinando a capacidade de síntese. Fico por aqui.
Laura, Marina, ah, vcs já sabem né?! Mil vezes parabéns.
Beijos.

sábado, 6 de novembro de 2010

El hilo de Ariadne, arquitectura y filosofia

Minotauro, yegua y Ariadne. Museo de Picaso en Paris. 
"No se vuelve a la simplicidad, como no 
se vuelve a la infancia; una vez en efervescencia el espíritu sigue así   
siempre, y quienquiera haya pensado pensará durante toda su vida. Esa es la 
mayor desdicha del estado de reflexión, que cuanto más se sienten sus males más  
se acrecientan, y todos nuestros esfuerzos por salir de ahí tan sólo nos dejan  
aún más empantanados." 
 (J. J. Rousseau) 

Este fué el primer extracto de texto que el profesor de Teoría de Arquitectura presentó en su clase. "No se vuelve a la simplicidad". La arquitectura es como un buceo.. a mi en eses meses en Sevilla es un buceo en la filosofia y en la reflexión. Confieso que a veces su clase me parece una sesión de terapia. "Una vez en la efervescencia el espíritu sigue así siempre".  ¿Que hacer con la efervescencia? ¿Proyectos?! ¿Espacializar un conocimiento? ¿Qué conocimiento? Con eso adentro una cuestión aún más interesante: la interpretación. La clave del conocimiento arquitectónico y que me pasó lejos en estudios previos. Situar-se en el mundo,  temporalmente y espacialmente es imprescindible para hacer arquitectura. ¿Porqué? Interpretación.. En la difícil - y porque no decir imposible - tarea de definir arquitectura, la que más me interesa de las discusiones que me fueron presentadas en Sevilla es la de una respuesta espacial a la cuestión fundamental de nuestro tiempo. Para que eso sea hecho de una manera eficaz no se puede pasar por el mundo sin leerlo atentamente.  ¡Despiertate! Intenta distinguir la esencia de la apariencia y quizás llegue más cerca de la respuesta. Lo puede hacer, me han dicho, con la interpretación. ¿Hermenéutica, conoces? Google it: "La hermenéutica (del griego ερμηνευτική τέχνη, hermeneutiké tejne, "arte de explicar, traducir, o interpretar") es el conocimiento y arte de la interpretación, sobre todo de textos, para determinar el significado exacto de las palabras mediante las cuales se ha expresado un pensamiento." 
Es más, en verdad. Es la compleja tarea de establecer el sentido auténtico de las cosas, el sentido inmueble. Complejidad y contradicción, escribió Venturi acerca de la arqucitetura en 1966 y con este libro hice un marco en la reflexión arquitectónica del siglo  XX. No se vuelve a la simplicidad, no te olvides. Sino que ahora su (mi) tarea es de leer. No solo textos, no solo imágenes, sino que la realidad. ¿Complejo, han? No estaría aquí si no lo fuese, creo. Hacer un buceo por un universo que no se puede más ignorar: si quieres hacer arquitectura en la contemporaneidad, hay que leerla, hay que saber cual es la clave de nuestro tiempo, establecer la pregunta a que quieres responder.  
El filósofo y matemático colombiano Fernando Zalamea Traba (Bogotá, 1959), lo hace en su libro "Ariadne y Penélope“. El ensayo se articula alrededor de siete capítulos dispuestos en una red abierta: un panorama inicial —Desorientación— y tres pares dialécticos —Apocalipsis/Lógicas; Redes/Mixturas; Visión/Pragmática— se subsumen progresivamente los unos en los otros. Los diagramas no lineales y las redes complejas del mundo contemporáneo alternadamente se decantan y se entrelazan, en medio de contrapuntos de la razón, de la sensibilidad y de un tirante vaivén entre análisis y síntesis.”  (extracto de la introducción del libro)
Al caminar por el laberinto con un hilo, Ariadne lo dota de forma. Identifica, analiza, interpreta. Se puede decir que es la primera arquitecta. 
Ariadne y Penélope son dos figuras femeninas de la mitología, si no te acuerdas de sus histórias, búsquelas para entender la analogía con la complejidad de nuestro mundo y como Zalamea hace casi poéticamente una interpretación de la realidad y crea un importante libro a los arquitectos, sin hablar de arquitectura.  Todo eso es sólo un principio de las discusiones arquitectónicas que me sorprendieran el la universidad. Me encanta  imaginar que más me van a presentar y qué sorpresas más encontraré por aquí.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diarios de una bicicleta

Hola a todos, este es un primer intento de escribir aqui en español, a pedidos de una estimada amiga de Polonia, que hace un gran esfuerzo para compreender lo que escribo en portugués. Así que de princípio pido disculpas por los errores, es que aún estoy a estudiar la lengua. 
Por mucho tiempo estuve a pensar lo que podría escribir y luego en la ultima semana ocurrió algo que hice un cambio en mis dias aquí en Sevilla, así que es sobre la Sevici que voy a escribir. Lo que pasa es que en mi vida en Niterói estoy siempre presa en el autobús, todos los dias, al menos 2 horas. Me quedo cansada y muy aburrida, y tenía casi como un sueño de vivir en una ciudad dónde yo podría ir de bici a la universidad y todo. Mi tarjeta de Sevici todavía no ha llegado, y desde de que llegué a Sevilla estaba en la misma situación: presa en el autobus, con una sensación muy muy aburrida de pasividad. En esta semana que pasó decidí hacer el abono de corta duración, de una semana sólo, para ver lo que pasaba. iÉs increíble! Si te vas por el centro es posible llegar de la Alameda hasta el Prado en diez minutos! Si hace calor, el viento te refresca, si hace frio el movimiento te calienta. Tu siente dueño de tu dirección. Hacía muchos y muchos años que yo no tenía una bici en Brasil y luego estoy encantada en vivir la ciudad de bici. Es muy impresionante como puedes comprender mejor lo que pasa a su alrededor, es decir, la velocidad te permite observar el paisaje sin quedarte aburrido o cansado como en el autobús o caminando. Tu estas en la altura de las personas y puede guiarte por el camino que te parezca mejor, cambiando de dirección siempre que ves algo interesante. Tu coges a cualquiera estación, y ahí está.
Ahora para mis amigas de Brasil que me pidieron para explicar como funciona el sistema de las bicicletas públicas, que ahora para mi ya es tan claro pero que para quien no conoces el algo muy curioso. Es así: por toda Sevilla hay estaciones de Sevici, y tu si tiene una tarjeta o un abono de corta duración puede pulsar el código y una contraseña y luego elegir la bici que más te parece bien. Tu puede no tener suerte y no haber bicis en la estación, u luego tu tiene que caminar hasta la próxima. O también puede ocurrir que las bicis estén rotas, sin "guidon" o asiento. Un  otro problema es que cuándo tu llegues a tu destino y vas a dejar su bici, no haya plaza en la estación, luego que tiene que buscar una estación para dejarla. Es importante atentarse al tiempo: tu tienes media hora para dejar tu bici, sin embargo esto no es un problema una vez que en Sevilla tu puedes llegar a casi cualquier lugar en media hora. 
Una curiosidad: en el último día de mi abono de corta duración, yo me cayé de la bici al intentar una curva muy cerrada y luego me duele la mano y la tengo vendada. Tuve que ir a un hospital, pero no pasa nada, ahora estoy muy bien. Así mismo tengo que cuidarme! Con esta mano no puedo coger más Sevicis por algunos dias =/
Sin embargo, no entiendo como una ciudad no como Niterói no tiene un sistema como ese, fácil y eficiente. Aquí está el sítio web para quién quiera conocer más: www.sevici.es.
Besos! en el próximo post cambio al portugués! ;D

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A ilusão da Ryanair


Antes de começar, vou ser justa: sim, é possível viajar barato (e muito!) pela Ryanair. Mas o que eu quero contar aqui é minha frustação constante frente à um sistema que me disseram que era quase que perfeito. É assim: você coloca o site na sua página inicial e fica de olho nas promoções que eles anunciam freneticamente, como esses 9 euros da imagem aí de cima. Acontece que, não é verdade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A compra da passagem se faz em uma série de etapas:
1. Você "escolhe" o dia. No anúncio eles dizem o período em que você pode fazer sua reserva, e o período em que poderá viajar. Os dois são meias-verdades. Tanto os preços permanecem um tempo depois do prazo, quando você não tem o período todo que eles anunciam (por exemplo de 1º de novembro a 1º de janeiro). Segue basicamente a lei de Murphy: se você quer viajar de quarta à sábado, a passagem barata (vamos trabalhar com os 9 euros aí da imagem) só aparece magicamente terça, sexta e segunda. Na quarta já está 21,99 euros, no sábado não há vôos, e no domingo está 29,99 euros (se vc não der sorte aparecem vôos de quase cem euros! eu já vi!)
2. Primeira taxa: ok, você muda seus planos, perde compromissos pra fazer jus à fama de viajar bem barato: clica no nove e....? Aumentou pra 13,99? Como assim????!!! Do nada surge uma taxa extra nos seus ombros (ela pode até não existir, mas é raro). Você respira fundo e vai em frente.
3. Primeiro cadastro: nome, endereço, bla bla. Registro de pagamento: quer seguro viagem? quer levar mais bagagem? quer alugar um carro? Tem certeza? As ofertas são inúmeras. Escolhe seu cartão do banco e..... mais 5 euros? QUE?????? É isso mesmo, a não ser que você tenha um martercard prepago (que eu prontamente já solicitei no meu banco!!!!) Você necessariamente paga 5 euros de taxa a mais.
Agora me diz: porque raios anunciam um valor que é fictício?! Se em 97% dos casos você não vai pagar por ele?!! Odeio propaganda que acha que o comprador é idiota.
4. Confirmação de pagamento e leitura das regras de viagem: o permitido são 10 kilos, em 1 (UMA) bagagem e só. Não é a sua bolsa onde você guarda carteira, óculos escuros, celular e demais itens de primeira necessidade E uma mochila nas costas. Nada disso. Você se aventura pela experiência de viajar com 2 meias, 4 blusas, casacos.. tudo em você já que os seus 10 kg tem que ser criteriosamente escolhidos. 


Bom, embora já tenha comprado alguns vôos, porque apesar de tudo isso a Ryanair é a mais barata, eu ainda não peguei nenhum avião deles. Depois da primeira viagem eu volto aqui pra contar como foi.


Hasta luego!

sábado, 23 de outubro de 2010

Escuela Técnica Superior de Arquitetura de Sevilla

Fachada do prédio novo
Êei, quanto tempo que não escrevo aqui, certo?! Me desculpem, estive um pouco ocupada desde que voltei de Viena, e vá lá, negligente também. Estou devendo um post sobre a faculdade, eu sei, e aqui vai! Afinal, as aulas já começaram, e os erasmus também estudam! A ETSAS (abreviação do nome da faculdade, que está ali no título) é bem grande: são quase quatro mil alunos, enquanto que de onde venho são quatrocentos, por aí percebe-se a minha surpresa com as dimensões das salas de aula e o número de estudantes. Por conta desse tanto de gente, a faculdade tem uma estrutura de matérias e cursos um tanto quanto específica: para cada asignatura (disciplina) há alguns grupos temáticos, podendo chegar a seis nas turmas de projeto, e cada grupo pode ter uns três professores. Imagina então como ficam os estrangeiros, nesse mar de opções, as vezes nem falando a língua direito. O legal é que logo na entrada fica um posto de ajuda aso erasmus, com dois alunos do último ano que falam espanhol E inglês (o que pode se considerar um tanto quanto raro) para explicar sobre os professores e essa coisa dos grupos. Veja, há uma tabela para cada ano (sim, a maioria das disciplinas são anuais e eles contam o ano acadêmico por inteiro, são cinco ao total) na qual indicam as matérias que são de manhã, as que são à tarde, o número da sala, os horários e durações das aulas.  Alguém entendeu?! Nos primeiros dias de aula o que não faltava era gente entrando na sala errada ou com o professor errado.  Pra mim foi até bom, acabei gostando muito mais do professor que eu vi primeiro (na turma errada) e depois fiz uma troca na matrícula. Há um prazo bem grande para fazer mudanças na sua inscrição, e muita gente optou por nos primeiros dias ir assistindo várias aulas pra ver qual gostava mais, mas havia o risco de não haver vaga quando de fato a pessoa fosse se inscrever. Isso é uma particularidade do curso de arquitetura e belas artes, porque muitas vezes são necessários mais do que uma cadeira em aula (nas de projeto, por exemplo, as mesas não podem ser muito pequenas) então a limitação de espaço recai sobre o número de vagas. 
No geral a organização do curso é parecida em todo lugar: há matérias de projeto, de estruturas, de materiais, de teoria, história, etc. Eu procurei aqui focar naquilo que eu acho que não foi muito bem ensinado na uff, ou em temas que me interessam e que gostaria de me aprofundar. Por fim, fiquei com Proyectos 4, Composición e Teoria de Arquitetura, além de uma optativa de palestras, onde prometeram Siza e Moneo (!!!).
Cada matéria me surpreendeu de uma forma: em projeto, a metodologia é oposta ao que estava acostumada na UFF, que é bastante intimista, com uma turma de no máximo 20 alunos. Na minha turma aqui são 110 alunos (não é brincadeira, são 110!!) e meus professores optaram por não dividir os alunos entre os três, como é o normal, então ficamos todos numa grande sala, projetando em duplas, enquanto os professores vão percorrendo as mesas e analisando os projetos, com outros quinze alunos em pé atras ouvindo seus comentários. As vezes temos aulas teóricas, odne abordam temas bastante conceituais e abstratos em projeto, o que eu gosto muito. 
Composición é uma matéria que eu nunca tinha ouvido falar de coisa parecida: é como uma teoria, mas aplicada; é na verdade um auxílio direto à projeto, na qual se estuda interpretação. A lógica seria essa: Teoria é interpretação de textos; Composición seria interpretação de imagens. O professor é excelente e tem umas sacadas filosóficas muito interessantes sobre o posicionamento do arquiteto no mundo de hoje, do papel da arquitetura, de suas possibilidades de comunicação e interação com a sociedade.. enfim, outro dia faço um post sobre arquitetura de verdade. 
A sala de leitura da biblioteca
Por último (mas não menos importante!), a aula de Teoria é mesmo uma aula, e não a enrolação que eu tive na UFF. Estudamos as idéias de arquitetos contemporâneos (os professores aqui adoram Koolhaas, Siza, Eisenmann e Moneo, dentre outros), mas vamos além: analisamos a estrutura textual, a forma de se expressar, o posicionamento das idéias, e de quebra saímos dos textos e lemos seus projetos também.  
É muito legal ver como a faculdade é viva. Os alunos estão por toda parte, lotando até mesmo aquele lugar que quase sempre fica relegado às moscas (pelo menos no rio!) - a biblioteca!!!!! Equipada com tomadas na sala de leituras, que como na foto ao lado fica cheia de notebooks, uma enormidade de livros, catalogados no portal online, e um acervo de filmes! Isso mesmo! 
Também há serviço de xérox e scanner. Os computadores com acesso à internet estão na entrada, mas não há cadeiras, eles ficam posicionados de forma que você os utilize de pé, ou seja, não por muito tempo, dando vez a outro que não levou seu próprio computador para ter acesso grátis à internet. 
Esse movimento de alunos pode-se ver desde a entrada: o hall é grande, iluminado, e cheio de informações: há quadros por toda parte com cartazes de todo tipo de evento, uma televisão onde são expostos trabalhos e notícias sobre as matérias, e ainda ontem colocaram um telão enorme junto à uma exposição sobre um a viagem de uns alunos e um trabalho realizado em marrocos. Com direito à música e tudo! Há também um laboratório/grupo de pesquisa em informática e desenho parmétrico que expões essas esculturas loucas por todos andares, cenografia que faz a escola de arquitetura ter cara de escola de arquitetura.

Uma curiosidade é o vocabulário universitário e a infinidade de falsos cognatos. Pra quem achava que brasileiro tirava de letra o querido idioma espanhol, olha isso:


(Português - espanhol)
Andar - planta.
Sala de aula - aula
Ano acadêmico - curso
Primeiro andar - planta baja (vale lembrar que em arquitetura planta baixa é um tipo de desenho técnico!)


Segundo andar - primeira planta (e assim por diante)
Matéria - asignatura
Assinatura - firma
(Sem contar os tradicionais apartamento - piso; piso - suelo; quarto - habitación; cuarto de baño - banheiro; que já fazem parte de nossso dia-a-dia..)
Que te interes de la lengua para que pueda comprender a todos, vale?!
Hasta luego, amigos!

sábado, 16 de outubro de 2010

Curiosidades versão Viena



O CHOQUE DO TRANSPORTE PÚBLICO:
Confesso que certas coisas já tinha ouvido falar, por amigos que já viajaram, lendas urbanas e afins. Como Tomé, tive que ver para crer, porque parecia mesmo era ficcção científica. Vamos lá:
1. Entramos na estação, paramos em frente à uma maquina, colocamos o dinheiro e pegamos o ticket. Subimos a escada rolante. Esperava encontrá lo acima, mas nada. Passagem liberada. Esperando o metrô chegar, as portas abrem-se e.. ele também não estava lá. Sem catracas. Sem cartões. Sem senha. Sem COBRADOR! Trocador, fiscal, que seja!!! Ok, ok, sejamos justos: reza a lenda que a lógica foi baseada no fato de que um dia se você encontrar o tal fiscal, a multa vai ser tão grande que compensará os tickets que você deixou de comprar. Así mismo, todo mundo paga. Porque? É o certo, oras.
Sério, nem gosto de pensar o que aconteceria no Rio se você pudesse pagar por livre e espontâneas questões morais. 
2. Até a escada rolande é civilizada: do lado direito ficam os cansados que esperam subir automaticamente, e do lado esquerdo aqueles que meu pai chama de "apressadinhos".
3. Chegou na máquina e não sabe falar alemão? Relaxa, você escolhe a língua que vc quiser. 
4. Chegou a hora de pegar o metrô, está com medo de chegar atrasado no trabalho? Relaxa, uma placa digital te avisa quanto tempo falta pra ele chegar.
5. O metrô não te leva direto aonde você quer ir?! Relaxa, pega o ônibus, o trem, o bonde, a bicicleta, o cometa.. de algum jeito o transporte público te leva. 
6. Quer ir no teatro, sair meia noite e pegar o metrô ou qualquer outro transporte público e está com medo? (quer mesmo que eu responda essa?)
Mobilidade à parte,
7. Tá 10ºC na rua, mas você quer sentar do lado de fora pra aproveitar a linda paisagem urbana? Tem aquecedor no guarda-sol.
8. Como nem tudo são flores, uma coisa bem irritante: andar com umas três camadas de roupas na rua, e em qualquer lugar que entrar ter que ficar descamando. Porque as temperaturas internas não podem ser um pouco frias também, pra você poder ficar com seu lindo casaco?
9. Acho que eles não entenderam o conceito de meia entrada. Sabe, 7 euros não é a metade de 9 euros. 
10. Tudo bem que o Mozart viveu grande parte de sua vida em Viena  e é uma personalidade muito importante, mas precisa ter chocolate do Mozart?! Camisa do Mozart?! Caixinha de música? caneca? guardanapo?! Lápis, borracha? ah, faça-me o favor. 
11. Em certos momentos na exposição de Michelangelo, algumas meninas paravam em frente de uns dos desenhos absurdos expostos, e o croquizavam em dez minutos. Confesso que roubaram a atenção. 
No próximo post eu volto pra Sevilha, prometo!
Hasta luego! o/

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Comida, diversão e arte em Viena

Mozartgrabe
Sair de Sevilla por uns dias, depois de um mês, foi muito bom. Já aguardava ansiosamente essa viagem, pra respirar outros ares (pois é) e matar as saudades do meu pai. O tempo como sempre não brinca em serviço, Viena veio e se foi e cá estou de volta a contar como foi conhecer mais um país totalmente diferente. Foram quatro dias (dois praticamente só viajando) de muita comida boa, de muitos passeios e muitos museus. Foi a primeira viagem que eu fiz sem planejar nada. Como tinha meu pai, que já foi lá várias vezes, e também um prima que casou-se com um austríaco, relaxei e fui descobrindo a cidade aos poucos, andando pelas ruas e vendo o que mais chamava atenção. Nos últimos dias já estávamos mais espertos e escolhemos alguns pontos para visitar. Basicamente o que eu sabia de Viena antes de ir lá é que lá é bem mais frio que Sevilla, e que foi a capital européia da música clássica por um tempo considerável. Lógico que eu convenci um pai relutante a fazer um turismo mórbido e fui num dos lugares mais bucólicos e carregados de significados que acho que vou ver do lado de cá: o túmulo de Mozart. Pra quem não sabe, eu estudei música quase a minha vida inteira, e bom, mesmo quem mal sabe diferenciar um dó de um lá já ouviu falar no nome desse gênio. Singelo, sem pompas, com uma pequena estátua de um anjo e flores no formato de uma cruz, Mozart está enterrado no St. Marx Friedhof, um cemitério pequeno de Viena. 
Pois bem, além da música, a cidade também esbanja artes visuais: os museus são um escândalo! A infraestrutura é realmente impressionante, e compensada pela imensa quantidade de pessoas que os visitam - em algumas salas era até dificil de circular tamanha a quantidade de gente!. Infelizmente não conseguimos ir em todos, e também não acho que aguentaríamos, porque em cada um se desprende cerca de três horas. Escolhemos então o Albertina, que divulga pela cidade inteira as exposições de Michelangelo e Picasso, mas que me surpreendeu bastante com a obra de Walton Ford. Os audio-guias são mesmo uma bela invenção: ouvir é muito mais eficiente do que ter que ler plaquinhas das obras de arte, e então cada visita torna-se uma aula. Além disso, a maioria deles têm plaquinhas em alemão e em inglês (porque o audioguia não inclui todas as obras, então pro caso de você querer se informar..) e no Albertina tinham vídeos explicativos no meio das salas de exposições, muito legal. O Belvedere é um palácio onde eu pude ver a segunda coisa mais emocionante de Viena: o original do "O Beijo" de Klimt. Estava lá, reinante no seu lugar de honra no museu, bastante impressionante.
Der Kuss, Gustav Klimt
No último dia fugimos da cidade e fomos com minha prima e seu marido conhecer um parque enorme, a uns vinte minutos de carro. Ju, brigada pela disposição e atenção! O outono deixou o parque realmente lindo, e conseguimos por fim ver um javali!
Depois de uns dias já dá pra se situar um pouco na cidade, em Viena, como em Sevilla, usamos o rio como ponto de referência, lá, o Danúbio. A cidade é três vezes maior que Sevilla, então o centro histórico não assume uma dimensão tão grande como aqui, mas mesmo assim é sempre meu lugar preferido. As ruas estreitas, as incríveis calçadas de pedestres cercadas de lojas e bares são um perfeito exemplo de tudo aqui que a gente aprende na faculdade e que não vê quase nunca sendo posto em prática: uma relação pra lá de saudável entre patrimônio e contemporaneidade; favorecimento sempre do pedestre; transporte eficiente. Qualidade de vida, de cidade, de urbanidade, tudo de bom!




Bueno, termino agradecendo ao meu pai, por me proporcionar dias tão legais! Passou a semana em Viena à trabalho, me enchendo de orgulho.  Brigada pelos almoços e jantares sempre deliciosos, pelos passeios nessa cidade linda, por trazer todos os casacos que minha mãe mandou, e não me deixar passar frio.  Por me acompanhar num cemitério e em 8 km de caminhada. Por parar em frente às placas e tentar em vão entender alemão, e por acabarmos sempre rindo.
Te amo pai!
Auf wiedersehen!



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Anedotas da primeira viagem - Viena

Objetivo final: chegar à Viena, Austria. Pegar um avião de Sevilla seria muito mais prático e rápido, certo?! Nada disso! Muito mais legal é pegar um ônibus à 1h da madrugada, mais dois aviões no final das contas ter algumas histórias pra contar.
Parte 1: ônibus Sevilla - Barajas. A rodoviária de Sevilla estava literalmente dormindo, e eu fui obrigada a me alimentar por aquelas máquinas estranhas (que eu só via em filme) na qual você insere moedas e recebe coisas de qualidade muito questionável. No ônibus não foram precisos 5 minutos para cair em sono profundo, apesar do desconforto. Só fui acordada pra conhecer o" Graal" espanhol, e mais uma vez me surpreender em como a globalização deixa tudo muito igual.  Pra não dizer, ao invés de arroz no buffet tinha tortilla, típico. De resto, exatamente o mesmo.. Mas qual a minha surpresa ao voltar ao ônibus e encontrar uma conhecida! A famosa.. quem?! Sabe aquela pessoa que você tem certeza que conhece, mas não consegue dizer, da onde?! Pra quem já está acostumado comigo sabe como eu sou boa (ou não) pra decorar o rosto das pessoas, então tentei reduzir a conversa pra um daqueles small talks óbvios, num espanhol imperfeito de ambas as partes (Te vas a Madrid?! -Te quadas por allá o tomas un avión? Ah, vale, yo también. Terminal uno? dos? bla bla bla). Na confusão de países das muitas pessoas que conheci nos últimos tempos, não conseguia dizer se a menina era da espanha ou não, que curso estudava ou de onde nos conhecíamos, mas por fim ela disse que era sua primeira viagem de avião (ia a Marseille) e eu fiquei me perguntando como ela tinha chegado na España (o sotaque francês por fim denunciou sua nacionalidade).
Parte 2: Vôo Madrid-Paris.Depois de 7 horas de viagem, cheguei no Barajas, o aeroporto mais sem coisas pra se fazer, a 4 horas do meu vôo, logo eu..? dormi, claro. Sentei, peguei minha mochila (sim, arrumei as malas pra 5 dias em uma mochila de colégio! milagre que depois eu explico) recostei-me e só fui acordada por três espanhóis rindo-se do meu cansaço, um deles uma senhora de 86 anos que muito simpática sentou-se ao meu lado para me contar sua história: estava a viajar a Palma de Mallorca para o enterro de sua irmã ("mas as vestes negras carrego a três anos, em respeito ao meu falecido marido" contou), chamava-se Elisa e não conhecia o Brasil (sim, eu perguntei) bom, agora ficou o convite.
Embarque. Não resisti - e é possível - aos letreiros luminosos do free shop e lá fui eu fazer hora, torturando-me nas infindáveis promoções. Eu juro que só queria olhar, mas caí nas garras de Guadalupe, uma mexicana que fez questão de mostrar serviço, ou melhor, toda a nova coleção de fragâncias da Bvlgari e da LePraire. Não só me explicou a essência de cada frasco, como me passou uns cremes hidratantes-nutritivos-rejuvenecedores ótimos pra viajar de avião. Bom, all-in-all, saí de lá cheirosa e hidratada, sem gastar 1 euro. Fui pra minha segunda parte favorita do free shop: chocolates. Isso sim é tortura! Quem precisa de uma fantástica fábrica de chocolates quando se tem caixas supersize de toblerone, kinder bueno e lindt? Anda Luísa, vai perder o Vôo.
Curiosidade: meu sapato tinha duas micropedrinhas de metal e foi o suficiente para me fazerem passar descalças pelo detector de metais. ¬¬
Parte 3 (uffa!): Vôo Paris-Viena. Hallo, coman sá vá? Yo estoy muy bien, and you? Auf wierdesehen! Pior que ter muitas moedas diferentes no bolso, é ter uns 5 idiomas na cabeça!!! Confesso depois de passar por três países em algumas horas, me embaralhava até pra dizer obrigado, quer dizer, gracias, opa, danke, ham.. merci!? ah, deixa pra lá. 


Cheguei à Wien sã e salva (!), com papai esperando com um sobretudo pesado e um gorro e braços abertos no aeroporto. Quem chegou ao final da história, parabéns! ha ha (piada interna essa). Criei o hábito de escrever pra passar o tempo nessas horas de espera.. vale compartilhar.
Vou tirar uns dias de férias por aqui então mais posts só de volta à Sevilla, no feriado do dia da Espanha, 12 de outubro. A todos que tem me mandado e-mails e estão gostando de ler aqui, prometo responder tudo com muita atenção quando voltar ok?!
Hasta la vista!

sábado, 2 de outubro de 2010

I'm at a place called Vertigo (Donde estás?) - U2 em Sevilla!

 
Que Sevilla tinha flamenco eu já sabia. Que tinha touradas, festival disso e daquilo, também. Agora, U2? foi demais pra mim. Descobri porque os cartazes estão por toda a cidade. O VLT circula gracioso com 360º bem grande anunciando a maior turne, da maior banda, do maior cantor, bla bla. Esse post é rapidinho só pra contar como eu fugi um pouquinho da cultura local e caí de gaiato num eventásso - duas horas de música, efeitos de iluminação loucos e puro entretenimento.

Estava encucada porque não conhecia ng que ia e achava q os ingressos mais baratos tinham acabado - os mais caros beiravam os 400 euros!! Mas bastou conhecer alguns brasileiros e um encontro ao acaso na porta da faculdade pra me dizerem que ainda haviam billetes pra pista por 60 euros! Saquei na mesma hora e comprei, isso foi terça a noite. Quarta foi o dia da preparação - greve geral na españa, dia de faxina no piso, trilha sonora de "it`s not a hill, it`s a mountaaaaaaaaaain, as you start out the climb.." / "But only loveonly love can heal such a scar.."
pra chegar com as letras do novo cd na ponta da língua.
A fila estava enorme, mas andou bem mais rápido do que eu estou acostumada em shows. A estrutura era impressionante! Nem o sol forte e as longas horas de espera conseguiram tirar o gostinho de estar tão perto de uma mega produção. E ficamos mesmo pertinho! Eu e a dezena de brasileiros que eu conheci lá - estamos descobrindo a "colônia" de brasileiros em Sevilla!
Junto com mais fotos do show, vai aqui a letra da música deles que eu mais gosto:

U2 - ONE 
"Is it getting better? Or do you feel the same? Will it make it easier on you now, you got someone to blame?
You say one love, one life, it's one need in the night.  One love, we get to share, it leaves you, darling, if you don't care for it.
Did I disappoint you? Or leave a bad taste in your mouth? You act like you never had love and you want me to go without. Well, it's too late, tonight, to drag the past out into the light. We're one, but we're not the same, we get to carry each other, carry each other. One. Have you come to raise the dead? Have you come here to play Jesus to the lepers in your head ? You gave me nothing, now it's all I got. We're one, but we're not the same, well, we hurt each other, then we do it again.
You say: Love is a temple,
 love a higher law. Love is a temple, love the higher law. You ask me to enter, but then you
make me crawl and I can't keep holding on to
what you got, when all you got is hurt.
One love, one blood,
One life you got to do what you should.
One life with each other: sisters, brothers. 
One life, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other. 

One love!
ONE!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arquitetura, viagem e o tempo

Caetano Veloso cantou sobre o tempo:
"És um senhor tão bonito, quanto a cara do meu filho. Tempo tempo tempo tempo, vou te fazer um pedido, compositor de destinos, tambor de todos os rítmos. Entro num acordo contigo: por seres tão inventivo, e pareceres contínuo, és um dos deuses mais lindos. Tempo tempo tempo tempo, que sejas ainda mais vivo, no som do meu estribilho. Ouve bem o que te digo, peço-te o prazer legítimo, e o movimento preciso. Quando o tempo for propício, de modo que o meu espírito ganhe um brilho definido e eu espalhe benefícios. O que usaremos prá isso fica guardado em sigilo apenas contigo e comigo. E quando eu tiver saído, para fora do teu círculo, tempo tempo tempo tempo, não serei nem terás sido. Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos num outro nível de vínculo. Portanto peço-te aquilo, e te ofereço elogios nas rimas do meu estilo, tempo tempo tempo tempo..."
- Oração ao Tempo - 


Logo que eu cheguei aqui uma amiga do Brasil me perguntou como eu estava sentindo a passagem do tempo: rápido, devagar. Não consegui responder, mas achei a questão mais interessante do que as tradicionais perguntas sobre o fuso horário ou sobre a diferença de temperatura. Agora, que o tal tempo de alguma forma se assentou, acho que consigo ter alguma idéia formada a respeito, ainda que disforme. 
Ainda não fez um mês que chegamos, mas o começo das aulas deu uma sacudida boa na rotina: levei um susto ao perceber que sim, a vida de turista/férias/não sei definir está para acabar! A rotina vai de vez ser implantada, com carteiras, professores, leituras e desenhos, e o autocad vai voltar a fazer parte da minha vida. Não sei porque isso me pareceu tão estranho, como se esse cotidiano pertencesse à um universo paralelo que eu deixei lá do outro lado do oceano. Bom, acho q contribiu o fato de eu ter tido as férias de meio de ano mais longas de todos os tempos: de julho a setembro, foram dois meses e meio de preparações, burocracias, malas, ansiedade, estágio, férias, animação, aviões, apartamentos, línguas e pessoas muito diferentes. 
Ainda que a vida "real" - odeio esse termo com todas as forças - se estabeleça, espero que ela venha com calma, ritmada, e me conforto ao pensar que por mais brasileira a rotina de estudante seja, sempre vou ter o espanhol, as viagens, a qualidade do ensino e todo o resto, pra me lembrar que estou cá longe.
Además de eso (é, tá dificil pensar o tempo todo em portugês,  o español se entranha cada vez mais) o tempo se manifesta das mais diversas formas, como nas perguntas comuns que me fazem, e acabam inevitavelmente mexendo com o nosso dia-adia. O frio chega à Sevilla e assusta à nós brasileiros, que colocamos lenços à noite e ganhamos risadas dos belgas acostumados ao inverno de verdade. O fuso pra mim não fez diferença na rotina, mas faz na hora de matar as saudades: os cariocas entram no msn quando aqui é alta madrugada, e quando e estou com tempo livre, estão todos trabalhando. Assim a distância aumenta e a saudade aperta. Galera, vamos baixar o skype, por favor?! Brigada.

Um das considerações sobre o tempo mais interessantes que ouvi, nesses dias, veio é claro de uma aula: Composición - interpretación de la arquitectura contemporánea, e um discurso muito intenso sobre a relação da passagem do tempo, da cultura e da interpretação, ou seja, leitura, dos edifícios, do cenário que está por toda a parte. Dá vontade de ir à aula, não dá?! Dá medo também. Bom, de qualquer forma ainda estou escolhendo as matérias e vendo o que de fato vou estudar. Aguardo e verei, acho, e quando souber, conto aqui.