segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mudaram as estações (nada mudou)

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba?"
(Por Enquanto, Cassia Eller)


Só pra que, se antes a sensação era de "tá acabando!" agora já virou "já acabou". Já faço listas de lugares de Sevilla que eu ainda não conheci, comecei a fotografar cada esquina que vejo, e me dou conta de que me faltam duas semanas pra terminar todos os meus trabalhos, até que chegue meu irmão e as entregas. Já cruzo a ponte olhando o rio e pensando "não quero ir!"
Só não termino com "estamos indo de volta pra casa", porque seria uma mentira.


Opto por terminar com um poema de um livro que minha mãe me deu quando eu era criança (não lembro a idade!) e nunca me esqueci, e acho o finalzinho um tanto quanto pertinente.


"Um aviador irlandês prevê sua morte
Nas nuvens, perdido, em seu meio,
Que sina me aguarda estou vendo;
Quem vou combater não odeio,
Não amo a quem defendo.
É Kiltartan Cross minha terra,
Minha gente, os pobres de lá,
Seu mal não finda o fim da guerra
E nem mais feliz a fará.
Não luto por lei, por dever,
Políticos, povo, escarcéu:
Impulso só meu de prazer
Me trouxe ao tumulto do céu.
A mente os cálculos faz:
À frente não tendo o que importe,
Nem tendo o que importe por trás,
Compensa esta vida esta morte.


D.W.Yeats

Tradução de Paulo Vizioli, no livro Poemas (Companhia das Letras, 1991)

2 comentários:

  1. lulissss que tudo esse post. me senti exatamente assim antes de voltar :s
    saudades

    Morgana

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  2. que lindo o posto bu!!! e o poema tbm!!!

    obs.: o nome do maluco eh W.B. yeats xuxu! hehehe

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