terça-feira, 29 de março de 2011

O BRASIL TÁ NO AR!!



Pequeno post para parabenizar à Berni, Pablo e Natalie que conseguiram bolsas pra estudar arquitetura no Brasil. Os dois primeiros são espanhóis, sendo que o Berni tá vendo se vai pra São Carlos-SP, e o Pablo pra SALVADOOOOOOOOOOO!! Legal demais. 
A Natalie é belga e conseguiu uma bolsa sabe pra onde?!
FAU-UFRJ!!!!! Gente, imagina uma belga que nem espanhol fala solta no Rio!!!! Espero que ela de fato vá, aprenda portugues e eu possa apresentá-la a todos os meus queridos amigos que estão por aí!!!

Eu acho que a experiencia de estudar num exterior é extremamente interessante e digamos assim exótica, mas acho que nem se compara com o que deve ser pra um aluno estrangeiro estudar lá!! O Pablo e a Natalie nem de cidades grandes européias (que vamos combinar, são bem pequenas) vieram, eles são de pueblos! Os tais povoados ou cidades pequenas que enviam alunos e mais alunos pras cidades universitárias, como Sevilla.

Não é de agora que eu tenho reparado como o Brasil tá bombando!!! Outro dia ouvi no onibus um garoto contando ao seu amigo seus planos de ganhar a vida onde ela realmente promete - Brasil. Meu professor de projeto já falou que trabalho aqui tá dificil e que ele queria mesmo é ir para o... Brasil. O de teoria visitou São Paulo e me contava maravilhado como se tivesse ido pra marte (tantos rascacielos!!) , e o de composição já até publicou numa revista de um grupo de pesquisa brasileiro - o Nomads de São Carlos, pra onde deve ir o Berni e onde eu mesma estive fazendo um workshop anos atras.
É, o mundo gira, o mundo é uma bola. 

Tomara mesmo que eles consigam ir, vai ser um ano muito divertido :D

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Casa

A casa tem sido um tema constante na minha vida nos ultimos tempos. Bom, em espanhol tem uma palavra que define a casa melhor do que "casa", é a vivienda. Lugar de viver. Minha matéria de projeto tem como tema a vivienda, e meu professor vive dizendo que é o projeto mais difícil de fazer. Museu? Centro cultural? Comercial? Que nada. Vai projetar um lugar onde as pessoas tem que viver intrinsicamente e verás o que é um desafio. Pra projetar uma casa a gente vê que é preciso entender muito bem como anda a vida das pessoas. Como andam as famílias, as relações hierárquicas com os empregados e serviços da casa, onde se come, reza, ama, essas coisas. 
Também estive pensando muito sobre a casa porque me mudei recentemente. Em Niterói sempre morei com meus pais e acho que não pensava muito em outras opções de moradia porque.. não tinha opção mesmo. Mas aqui, com todo um horizonte de opções, minha cabeça foi a mil. O que é realmente necessário que uma casa forneça, enquanto ambiente construido, pra gente ser feliz? Preciso de uma sala com muita luz?! Com vista pra onde?! Lavabo é necessário?! Quão pequeno pode ser um quarto?! Corredor é ruim?! Cozinha pode não ter forno?! E penduramos a roupa aonde?! Até que ponto pequenos incômodos no dia-a-dia podem se tornar uma pedra no sapato foram questões para às quais fui me atentando não só pra procurar um canto pra mim, como pra pensar um canto para os outros.
Acabei assentando-me num apartameno de três quartos, que divido com duas italianas, melhor ainda, palermitanas, e já estou sentindo a diferença de morar com os nórdicos belgas e alemãs com quem antes compartia minha casa. Pra quem já viu "Bienvenidos al sur" (não sei como vai ficar o título em português), sabe quem os italianos do sul são alegres, abertos e carinhosos, comem bem, dormem bem e gostam muito de café! hahahahaha
Aqui em casa os quartos são grandes, mas é a sala que sempre fica ocupada, com a televisão ligada agregando companhia mesmo quando estamos facebookando. Alias, isso foi um detalhe que me chamou muito a atenção, já que no meu apartameno anterior tínhamos uma tv na sala, mas eu acho que se foi ligada cinco vezes foi muito. Me dei conta de que no Brasil tínha 5, isso mesmo, cinco televisões na casa (uma em cada um dos tres quartos, uma sala e uma na cozinha!!!) e como ela fazia parte da nossa vida. Entre notícias no jornal, séries de tv ou qualquer bobagem, ter o hábito de ver tv foi uma das coisas que fez com que eu me sentisse mais em casa agora, levando uma vida caseira mais parecida com a que eu tinha na minha terrinha.  Que venha eramus parte 4 - sevilla versão italia. 
Nas próximas notícias espero que o vocabulário siciliano já não me pareça tão estrangeiro! hahahahaha


Ciao! 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Quando a rua vira casa

Margens do Gualdaquivir
Nossa, como faz tempo que eu não escrevo aqui. Um mês, quase?! Tsc tsc, que isso não se repita! Nesse meio tempo muita coisa aconteceu, e pelo último post deu pra perceber que as coisas mudaram por aqui. De muitas formas na verdade. Das pessoas queridas e dos amigos mais especiais que fiz aqui, muitos terminarem sua jornada e voltaram pro Reino Encantado do Brasil, deixando os que ficaram com uma ambígua sensação de vazio, sem saber o que nos vai passar nesses próximos meses de reta final de Espanha. Ambuiguidade é o que falta nos nossos coraçõezinhos por agora.. ok, vou falar só por mim. O ano tardou mas virou, o segundo cuatrimestre finalmente começou e eu não sei se prevalesce a impressão de que o tempo tá passando e que um dia de fato eu vou voltar pra casa, ou se, pensando nisso, dar-me conta de que ainda faltam alguns bons meses. Serão cruciais. Vão definir os rumos da arquitetura que eu vou seguir no Brasil, os demais lugares dessa Europa que eu vou conhecer, as amizades que eu vou manter, seja aqui ou seja lá. 

Voltando à Sevilla, tenho que contar sobre duas coisas importantes que me aconteceram nesses ultimo mês. A primeira foi mudar de apartamento. Pois é, alguns meses depois de enfrentar transito pra ir e voltar da faculdade eu me dei conta de que tinha a faca e o queijo na mão pela primeira vez na vida pra mudar uma circutância estrutural que me incomodava, assim que, passada uma saga pela busca de um novo piso, consegui o que queria: ficar perto da faculdade, dos amigos, dos festejos e do rio. De quebra ainda caiu nas minhas mãos um quarto melhor, um ape mais legal e duas novas companheiras de piso italianas que são uns amores. 

A outra coisa foi viajar pra Viena pela segunda vez. Decidi ir porque janeiro foi um mes muito duro em Sevilla, com todo mundo estudando pros exames e o frio apertando, a saudade da família bateu forte e eu fui correndo pra casa da minha prima e passei logo todas as férias de inverno lá. Posso dizer que me apaixonei: Viena é depois de Sevilla a cidade mais legal que eu conheci aqui (afetos à parte! haha) e foi uma delícia poder conhecê-la melhor. Passei os dias ensolarados que fizeram por lá (pois é, a neve pelo visto não gosta de mim) estudando a obra do Gustav Klimt, um pintor modernista incomparável e do Coop Himmelb(l)au, um estúidio de arquitetura contemporanea. visitei museus fora do circuito turistico, comi bem, patinei no gelo numa pista que é quase uma mini-cidade, e de quebra ainda tive a oportunidade de reascender uma paixão: na casa da minha prima tem um piano!!!!! Nossa, como a música me faz falta..

Enfim voltem à Sevilla, renovada, pronta pra fase de adaptação ao novo piso e às despedidas dos amigos que voltaram pro Brasil. Fomos abeçoados com uma onda de calor que tomou conta da cidade no meio do inverno e lotou as orillas (margens) do Guadalquivir.
Hoje eu vou pras Ilhas Canárias, curtir um carnaval que dizerm assemelhar-se ao Brasil (a conferir) e ver o mar. Aaahhh, o mar! Até mais, gente! :D