sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A ilusão da Ryanair


Antes de começar, vou ser justa: sim, é possível viajar barato (e muito!) pela Ryanair. Mas o que eu quero contar aqui é minha frustação constante frente à um sistema que me disseram que era quase que perfeito. É assim: você coloca o site na sua página inicial e fica de olho nas promoções que eles anunciam freneticamente, como esses 9 euros da imagem aí de cima. Acontece que, não é verdade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A compra da passagem se faz em uma série de etapas:
1. Você "escolhe" o dia. No anúncio eles dizem o período em que você pode fazer sua reserva, e o período em que poderá viajar. Os dois são meias-verdades. Tanto os preços permanecem um tempo depois do prazo, quando você não tem o período todo que eles anunciam (por exemplo de 1º de novembro a 1º de janeiro). Segue basicamente a lei de Murphy: se você quer viajar de quarta à sábado, a passagem barata (vamos trabalhar com os 9 euros aí da imagem) só aparece magicamente terça, sexta e segunda. Na quarta já está 21,99 euros, no sábado não há vôos, e no domingo está 29,99 euros (se vc não der sorte aparecem vôos de quase cem euros! eu já vi!)
2. Primeira taxa: ok, você muda seus planos, perde compromissos pra fazer jus à fama de viajar bem barato: clica no nove e....? Aumentou pra 13,99? Como assim????!!! Do nada surge uma taxa extra nos seus ombros (ela pode até não existir, mas é raro). Você respira fundo e vai em frente.
3. Primeiro cadastro: nome, endereço, bla bla. Registro de pagamento: quer seguro viagem? quer levar mais bagagem? quer alugar um carro? Tem certeza? As ofertas são inúmeras. Escolhe seu cartão do banco e..... mais 5 euros? QUE?????? É isso mesmo, a não ser que você tenha um martercard prepago (que eu prontamente já solicitei no meu banco!!!!) Você necessariamente paga 5 euros de taxa a mais.
Agora me diz: porque raios anunciam um valor que é fictício?! Se em 97% dos casos você não vai pagar por ele?!! Odeio propaganda que acha que o comprador é idiota.
4. Confirmação de pagamento e leitura das regras de viagem: o permitido são 10 kilos, em 1 (UMA) bagagem e só. Não é a sua bolsa onde você guarda carteira, óculos escuros, celular e demais itens de primeira necessidade E uma mochila nas costas. Nada disso. Você se aventura pela experiência de viajar com 2 meias, 4 blusas, casacos.. tudo em você já que os seus 10 kg tem que ser criteriosamente escolhidos. 


Bom, embora já tenha comprado alguns vôos, porque apesar de tudo isso a Ryanair é a mais barata, eu ainda não peguei nenhum avião deles. Depois da primeira viagem eu volto aqui pra contar como foi.


Hasta luego!

sábado, 23 de outubro de 2010

Escuela Técnica Superior de Arquitetura de Sevilla

Fachada do prédio novo
Êei, quanto tempo que não escrevo aqui, certo?! Me desculpem, estive um pouco ocupada desde que voltei de Viena, e vá lá, negligente também. Estou devendo um post sobre a faculdade, eu sei, e aqui vai! Afinal, as aulas já começaram, e os erasmus também estudam! A ETSAS (abreviação do nome da faculdade, que está ali no título) é bem grande: são quase quatro mil alunos, enquanto que de onde venho são quatrocentos, por aí percebe-se a minha surpresa com as dimensões das salas de aula e o número de estudantes. Por conta desse tanto de gente, a faculdade tem uma estrutura de matérias e cursos um tanto quanto específica: para cada asignatura (disciplina) há alguns grupos temáticos, podendo chegar a seis nas turmas de projeto, e cada grupo pode ter uns três professores. Imagina então como ficam os estrangeiros, nesse mar de opções, as vezes nem falando a língua direito. O legal é que logo na entrada fica um posto de ajuda aso erasmus, com dois alunos do último ano que falam espanhol E inglês (o que pode se considerar um tanto quanto raro) para explicar sobre os professores e essa coisa dos grupos. Veja, há uma tabela para cada ano (sim, a maioria das disciplinas são anuais e eles contam o ano acadêmico por inteiro, são cinco ao total) na qual indicam as matérias que são de manhã, as que são à tarde, o número da sala, os horários e durações das aulas.  Alguém entendeu?! Nos primeiros dias de aula o que não faltava era gente entrando na sala errada ou com o professor errado.  Pra mim foi até bom, acabei gostando muito mais do professor que eu vi primeiro (na turma errada) e depois fiz uma troca na matrícula. Há um prazo bem grande para fazer mudanças na sua inscrição, e muita gente optou por nos primeiros dias ir assistindo várias aulas pra ver qual gostava mais, mas havia o risco de não haver vaga quando de fato a pessoa fosse se inscrever. Isso é uma particularidade do curso de arquitetura e belas artes, porque muitas vezes são necessários mais do que uma cadeira em aula (nas de projeto, por exemplo, as mesas não podem ser muito pequenas) então a limitação de espaço recai sobre o número de vagas. 
No geral a organização do curso é parecida em todo lugar: há matérias de projeto, de estruturas, de materiais, de teoria, história, etc. Eu procurei aqui focar naquilo que eu acho que não foi muito bem ensinado na uff, ou em temas que me interessam e que gostaria de me aprofundar. Por fim, fiquei com Proyectos 4, Composición e Teoria de Arquitetura, além de uma optativa de palestras, onde prometeram Siza e Moneo (!!!).
Cada matéria me surpreendeu de uma forma: em projeto, a metodologia é oposta ao que estava acostumada na UFF, que é bastante intimista, com uma turma de no máximo 20 alunos. Na minha turma aqui são 110 alunos (não é brincadeira, são 110!!) e meus professores optaram por não dividir os alunos entre os três, como é o normal, então ficamos todos numa grande sala, projetando em duplas, enquanto os professores vão percorrendo as mesas e analisando os projetos, com outros quinze alunos em pé atras ouvindo seus comentários. As vezes temos aulas teóricas, odne abordam temas bastante conceituais e abstratos em projeto, o que eu gosto muito. 
Composición é uma matéria que eu nunca tinha ouvido falar de coisa parecida: é como uma teoria, mas aplicada; é na verdade um auxílio direto à projeto, na qual se estuda interpretação. A lógica seria essa: Teoria é interpretação de textos; Composición seria interpretação de imagens. O professor é excelente e tem umas sacadas filosóficas muito interessantes sobre o posicionamento do arquiteto no mundo de hoje, do papel da arquitetura, de suas possibilidades de comunicação e interação com a sociedade.. enfim, outro dia faço um post sobre arquitetura de verdade. 
A sala de leitura da biblioteca
Por último (mas não menos importante!), a aula de Teoria é mesmo uma aula, e não a enrolação que eu tive na UFF. Estudamos as idéias de arquitetos contemporâneos (os professores aqui adoram Koolhaas, Siza, Eisenmann e Moneo, dentre outros), mas vamos além: analisamos a estrutura textual, a forma de se expressar, o posicionamento das idéias, e de quebra saímos dos textos e lemos seus projetos também.  
É muito legal ver como a faculdade é viva. Os alunos estão por toda parte, lotando até mesmo aquele lugar que quase sempre fica relegado às moscas (pelo menos no rio!) - a biblioteca!!!!! Equipada com tomadas na sala de leituras, que como na foto ao lado fica cheia de notebooks, uma enormidade de livros, catalogados no portal online, e um acervo de filmes! Isso mesmo! 
Também há serviço de xérox e scanner. Os computadores com acesso à internet estão na entrada, mas não há cadeiras, eles ficam posicionados de forma que você os utilize de pé, ou seja, não por muito tempo, dando vez a outro que não levou seu próprio computador para ter acesso grátis à internet. 
Esse movimento de alunos pode-se ver desde a entrada: o hall é grande, iluminado, e cheio de informações: há quadros por toda parte com cartazes de todo tipo de evento, uma televisão onde são expostos trabalhos e notícias sobre as matérias, e ainda ontem colocaram um telão enorme junto à uma exposição sobre um a viagem de uns alunos e um trabalho realizado em marrocos. Com direito à música e tudo! Há também um laboratório/grupo de pesquisa em informática e desenho parmétrico que expões essas esculturas loucas por todos andares, cenografia que faz a escola de arquitetura ter cara de escola de arquitetura.

Uma curiosidade é o vocabulário universitário e a infinidade de falsos cognatos. Pra quem achava que brasileiro tirava de letra o querido idioma espanhol, olha isso:


(Português - espanhol)
Andar - planta.
Sala de aula - aula
Ano acadêmico - curso
Primeiro andar - planta baja (vale lembrar que em arquitetura planta baixa é um tipo de desenho técnico!)


Segundo andar - primeira planta (e assim por diante)
Matéria - asignatura
Assinatura - firma
(Sem contar os tradicionais apartamento - piso; piso - suelo; quarto - habitación; cuarto de baño - banheiro; que já fazem parte de nossso dia-a-dia..)
Que te interes de la lengua para que pueda comprender a todos, vale?!
Hasta luego, amigos!

sábado, 16 de outubro de 2010

Curiosidades versão Viena



O CHOQUE DO TRANSPORTE PÚBLICO:
Confesso que certas coisas já tinha ouvido falar, por amigos que já viajaram, lendas urbanas e afins. Como Tomé, tive que ver para crer, porque parecia mesmo era ficcção científica. Vamos lá:
1. Entramos na estação, paramos em frente à uma maquina, colocamos o dinheiro e pegamos o ticket. Subimos a escada rolante. Esperava encontrá lo acima, mas nada. Passagem liberada. Esperando o metrô chegar, as portas abrem-se e.. ele também não estava lá. Sem catracas. Sem cartões. Sem senha. Sem COBRADOR! Trocador, fiscal, que seja!!! Ok, ok, sejamos justos: reza a lenda que a lógica foi baseada no fato de que um dia se você encontrar o tal fiscal, a multa vai ser tão grande que compensará os tickets que você deixou de comprar. Así mismo, todo mundo paga. Porque? É o certo, oras.
Sério, nem gosto de pensar o que aconteceria no Rio se você pudesse pagar por livre e espontâneas questões morais. 
2. Até a escada rolande é civilizada: do lado direito ficam os cansados que esperam subir automaticamente, e do lado esquerdo aqueles que meu pai chama de "apressadinhos".
3. Chegou na máquina e não sabe falar alemão? Relaxa, você escolhe a língua que vc quiser. 
4. Chegou a hora de pegar o metrô, está com medo de chegar atrasado no trabalho? Relaxa, uma placa digital te avisa quanto tempo falta pra ele chegar.
5. O metrô não te leva direto aonde você quer ir?! Relaxa, pega o ônibus, o trem, o bonde, a bicicleta, o cometa.. de algum jeito o transporte público te leva. 
6. Quer ir no teatro, sair meia noite e pegar o metrô ou qualquer outro transporte público e está com medo? (quer mesmo que eu responda essa?)
Mobilidade à parte,
7. Tá 10ºC na rua, mas você quer sentar do lado de fora pra aproveitar a linda paisagem urbana? Tem aquecedor no guarda-sol.
8. Como nem tudo são flores, uma coisa bem irritante: andar com umas três camadas de roupas na rua, e em qualquer lugar que entrar ter que ficar descamando. Porque as temperaturas internas não podem ser um pouco frias também, pra você poder ficar com seu lindo casaco?
9. Acho que eles não entenderam o conceito de meia entrada. Sabe, 7 euros não é a metade de 9 euros. 
10. Tudo bem que o Mozart viveu grande parte de sua vida em Viena  e é uma personalidade muito importante, mas precisa ter chocolate do Mozart?! Camisa do Mozart?! Caixinha de música? caneca? guardanapo?! Lápis, borracha? ah, faça-me o favor. 
11. Em certos momentos na exposição de Michelangelo, algumas meninas paravam em frente de uns dos desenhos absurdos expostos, e o croquizavam em dez minutos. Confesso que roubaram a atenção. 
No próximo post eu volto pra Sevilha, prometo!
Hasta luego! o/

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Comida, diversão e arte em Viena

Mozartgrabe
Sair de Sevilla por uns dias, depois de um mês, foi muito bom. Já aguardava ansiosamente essa viagem, pra respirar outros ares (pois é) e matar as saudades do meu pai. O tempo como sempre não brinca em serviço, Viena veio e se foi e cá estou de volta a contar como foi conhecer mais um país totalmente diferente. Foram quatro dias (dois praticamente só viajando) de muita comida boa, de muitos passeios e muitos museus. Foi a primeira viagem que eu fiz sem planejar nada. Como tinha meu pai, que já foi lá várias vezes, e também um prima que casou-se com um austríaco, relaxei e fui descobrindo a cidade aos poucos, andando pelas ruas e vendo o que mais chamava atenção. Nos últimos dias já estávamos mais espertos e escolhemos alguns pontos para visitar. Basicamente o que eu sabia de Viena antes de ir lá é que lá é bem mais frio que Sevilla, e que foi a capital européia da música clássica por um tempo considerável. Lógico que eu convenci um pai relutante a fazer um turismo mórbido e fui num dos lugares mais bucólicos e carregados de significados que acho que vou ver do lado de cá: o túmulo de Mozart. Pra quem não sabe, eu estudei música quase a minha vida inteira, e bom, mesmo quem mal sabe diferenciar um dó de um lá já ouviu falar no nome desse gênio. Singelo, sem pompas, com uma pequena estátua de um anjo e flores no formato de uma cruz, Mozart está enterrado no St. Marx Friedhof, um cemitério pequeno de Viena. 
Pois bem, além da música, a cidade também esbanja artes visuais: os museus são um escândalo! A infraestrutura é realmente impressionante, e compensada pela imensa quantidade de pessoas que os visitam - em algumas salas era até dificil de circular tamanha a quantidade de gente!. Infelizmente não conseguimos ir em todos, e também não acho que aguentaríamos, porque em cada um se desprende cerca de três horas. Escolhemos então o Albertina, que divulga pela cidade inteira as exposições de Michelangelo e Picasso, mas que me surpreendeu bastante com a obra de Walton Ford. Os audio-guias são mesmo uma bela invenção: ouvir é muito mais eficiente do que ter que ler plaquinhas das obras de arte, e então cada visita torna-se uma aula. Além disso, a maioria deles têm plaquinhas em alemão e em inglês (porque o audioguia não inclui todas as obras, então pro caso de você querer se informar..) e no Albertina tinham vídeos explicativos no meio das salas de exposições, muito legal. O Belvedere é um palácio onde eu pude ver a segunda coisa mais emocionante de Viena: o original do "O Beijo" de Klimt. Estava lá, reinante no seu lugar de honra no museu, bastante impressionante.
Der Kuss, Gustav Klimt
No último dia fugimos da cidade e fomos com minha prima e seu marido conhecer um parque enorme, a uns vinte minutos de carro. Ju, brigada pela disposição e atenção! O outono deixou o parque realmente lindo, e conseguimos por fim ver um javali!
Depois de uns dias já dá pra se situar um pouco na cidade, em Viena, como em Sevilla, usamos o rio como ponto de referência, lá, o Danúbio. A cidade é três vezes maior que Sevilla, então o centro histórico não assume uma dimensão tão grande como aqui, mas mesmo assim é sempre meu lugar preferido. As ruas estreitas, as incríveis calçadas de pedestres cercadas de lojas e bares são um perfeito exemplo de tudo aqui que a gente aprende na faculdade e que não vê quase nunca sendo posto em prática: uma relação pra lá de saudável entre patrimônio e contemporaneidade; favorecimento sempre do pedestre; transporte eficiente. Qualidade de vida, de cidade, de urbanidade, tudo de bom!




Bueno, termino agradecendo ao meu pai, por me proporcionar dias tão legais! Passou a semana em Viena à trabalho, me enchendo de orgulho.  Brigada pelos almoços e jantares sempre deliciosos, pelos passeios nessa cidade linda, por trazer todos os casacos que minha mãe mandou, e não me deixar passar frio.  Por me acompanhar num cemitério e em 8 km de caminhada. Por parar em frente às placas e tentar em vão entender alemão, e por acabarmos sempre rindo.
Te amo pai!
Auf wiedersehen!



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Anedotas da primeira viagem - Viena

Objetivo final: chegar à Viena, Austria. Pegar um avião de Sevilla seria muito mais prático e rápido, certo?! Nada disso! Muito mais legal é pegar um ônibus à 1h da madrugada, mais dois aviões no final das contas ter algumas histórias pra contar.
Parte 1: ônibus Sevilla - Barajas. A rodoviária de Sevilla estava literalmente dormindo, e eu fui obrigada a me alimentar por aquelas máquinas estranhas (que eu só via em filme) na qual você insere moedas e recebe coisas de qualidade muito questionável. No ônibus não foram precisos 5 minutos para cair em sono profundo, apesar do desconforto. Só fui acordada pra conhecer o" Graal" espanhol, e mais uma vez me surpreender em como a globalização deixa tudo muito igual.  Pra não dizer, ao invés de arroz no buffet tinha tortilla, típico. De resto, exatamente o mesmo.. Mas qual a minha surpresa ao voltar ao ônibus e encontrar uma conhecida! A famosa.. quem?! Sabe aquela pessoa que você tem certeza que conhece, mas não consegue dizer, da onde?! Pra quem já está acostumado comigo sabe como eu sou boa (ou não) pra decorar o rosto das pessoas, então tentei reduzir a conversa pra um daqueles small talks óbvios, num espanhol imperfeito de ambas as partes (Te vas a Madrid?! -Te quadas por allá o tomas un avión? Ah, vale, yo también. Terminal uno? dos? bla bla bla). Na confusão de países das muitas pessoas que conheci nos últimos tempos, não conseguia dizer se a menina era da espanha ou não, que curso estudava ou de onde nos conhecíamos, mas por fim ela disse que era sua primeira viagem de avião (ia a Marseille) e eu fiquei me perguntando como ela tinha chegado na España (o sotaque francês por fim denunciou sua nacionalidade).
Parte 2: Vôo Madrid-Paris.Depois de 7 horas de viagem, cheguei no Barajas, o aeroporto mais sem coisas pra se fazer, a 4 horas do meu vôo, logo eu..? dormi, claro. Sentei, peguei minha mochila (sim, arrumei as malas pra 5 dias em uma mochila de colégio! milagre que depois eu explico) recostei-me e só fui acordada por três espanhóis rindo-se do meu cansaço, um deles uma senhora de 86 anos que muito simpática sentou-se ao meu lado para me contar sua história: estava a viajar a Palma de Mallorca para o enterro de sua irmã ("mas as vestes negras carrego a três anos, em respeito ao meu falecido marido" contou), chamava-se Elisa e não conhecia o Brasil (sim, eu perguntei) bom, agora ficou o convite.
Embarque. Não resisti - e é possível - aos letreiros luminosos do free shop e lá fui eu fazer hora, torturando-me nas infindáveis promoções. Eu juro que só queria olhar, mas caí nas garras de Guadalupe, uma mexicana que fez questão de mostrar serviço, ou melhor, toda a nova coleção de fragâncias da Bvlgari e da LePraire. Não só me explicou a essência de cada frasco, como me passou uns cremes hidratantes-nutritivos-rejuvenecedores ótimos pra viajar de avião. Bom, all-in-all, saí de lá cheirosa e hidratada, sem gastar 1 euro. Fui pra minha segunda parte favorita do free shop: chocolates. Isso sim é tortura! Quem precisa de uma fantástica fábrica de chocolates quando se tem caixas supersize de toblerone, kinder bueno e lindt? Anda Luísa, vai perder o Vôo.
Curiosidade: meu sapato tinha duas micropedrinhas de metal e foi o suficiente para me fazerem passar descalças pelo detector de metais. ¬¬
Parte 3 (uffa!): Vôo Paris-Viena. Hallo, coman sá vá? Yo estoy muy bien, and you? Auf wierdesehen! Pior que ter muitas moedas diferentes no bolso, é ter uns 5 idiomas na cabeça!!! Confesso depois de passar por três países em algumas horas, me embaralhava até pra dizer obrigado, quer dizer, gracias, opa, danke, ham.. merci!? ah, deixa pra lá. 


Cheguei à Wien sã e salva (!), com papai esperando com um sobretudo pesado e um gorro e braços abertos no aeroporto. Quem chegou ao final da história, parabéns! ha ha (piada interna essa). Criei o hábito de escrever pra passar o tempo nessas horas de espera.. vale compartilhar.
Vou tirar uns dias de férias por aqui então mais posts só de volta à Sevilla, no feriado do dia da Espanha, 12 de outubro. A todos que tem me mandado e-mails e estão gostando de ler aqui, prometo responder tudo com muita atenção quando voltar ok?!
Hasta la vista!

sábado, 2 de outubro de 2010

I'm at a place called Vertigo (Donde estás?) - U2 em Sevilla!

 
Que Sevilla tinha flamenco eu já sabia. Que tinha touradas, festival disso e daquilo, também. Agora, U2? foi demais pra mim. Descobri porque os cartazes estão por toda a cidade. O VLT circula gracioso com 360º bem grande anunciando a maior turne, da maior banda, do maior cantor, bla bla. Esse post é rapidinho só pra contar como eu fugi um pouquinho da cultura local e caí de gaiato num eventásso - duas horas de música, efeitos de iluminação loucos e puro entretenimento.

Estava encucada porque não conhecia ng que ia e achava q os ingressos mais baratos tinham acabado - os mais caros beiravam os 400 euros!! Mas bastou conhecer alguns brasileiros e um encontro ao acaso na porta da faculdade pra me dizerem que ainda haviam billetes pra pista por 60 euros! Saquei na mesma hora e comprei, isso foi terça a noite. Quarta foi o dia da preparação - greve geral na españa, dia de faxina no piso, trilha sonora de "it`s not a hill, it`s a mountaaaaaaaaaain, as you start out the climb.." / "But only loveonly love can heal such a scar.."
pra chegar com as letras do novo cd na ponta da língua.
A fila estava enorme, mas andou bem mais rápido do que eu estou acostumada em shows. A estrutura era impressionante! Nem o sol forte e as longas horas de espera conseguiram tirar o gostinho de estar tão perto de uma mega produção. E ficamos mesmo pertinho! Eu e a dezena de brasileiros que eu conheci lá - estamos descobrindo a "colônia" de brasileiros em Sevilla!
Junto com mais fotos do show, vai aqui a letra da música deles que eu mais gosto:

U2 - ONE 
"Is it getting better? Or do you feel the same? Will it make it easier on you now, you got someone to blame?
You say one love, one life, it's one need in the night.  One love, we get to share, it leaves you, darling, if you don't care for it.
Did I disappoint you? Or leave a bad taste in your mouth? You act like you never had love and you want me to go without. Well, it's too late, tonight, to drag the past out into the light. We're one, but we're not the same, we get to carry each other, carry each other. One. Have you come to raise the dead? Have you come here to play Jesus to the lepers in your head ? You gave me nothing, now it's all I got. We're one, but we're not the same, well, we hurt each other, then we do it again.
You say: Love is a temple,
 love a higher law. Love is a temple, love the higher law. You ask me to enter, but then you
make me crawl and I can't keep holding on to
what you got, when all you got is hurt.
One love, one blood,
One life you got to do what you should.
One life with each other: sisters, brothers. 
One life, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other. 

One love!
ONE!